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Foto do escritorHenrique Santos Filho

MARIA NO LIVRO DO APOCALIPSE

Um grande sinal apareceu no Céu: uma Mulher vestida de Sol (Essa mulher representa Maria e a Igreja, que celebra o louvor e a glória, afirmando que em Jesus Cristo realizou-se a SALVAÇÃO, o PODER e a REALEZA do nosso Deus, e a autoridade de seu Cristo –Apo 12,10).


Imagem ilustrativa

O Capítulo 12 do Apocalipse é um texto que deve ser interpretado, primeiramente como sendo eclesiológico (A Igreja peregrina que sofre, é perseguida, mas que tem a força de Jesus e do Espírito Santo de Deus para vencer as armadilhas do mal), depois mariológico (Maria, mãe da Igreja que caminha)

Todo o livro do Apocalipse é repleto de uma linguagem de muitas imagens e números.

Numa primeira vista, parece que o livro é enigmático, assustador e cheio de mistérios.

Mas, apesar de usar uma linguagem “não muito clara”, o autor quer reforçar a fé e a esperança dos cristãos frente às perseguições de dificuldades que na qual se encontrava a Igreja primitiva.

O uso deste tipo de linguagem (Gênero literário) é bem simples de se explicar: João está preso. Ele manda cartas para os cristãos.

Usa linguagem simbólica que só os cristãos entendiam.

Caso contrário, as correspondências não chegariam ao seu destino.

Portanto, cada imagem, cada número, cada ação…tem o seu significado.

Mas nós vamos nos ater somente naquelas passagens que podem fazer referência à pessoa de Maria.

Neste caso, o capítulo 12, principalmente porque tem algumas referências sobre uma “mulher vestida de sol”.

O Capítulo pode muito bem ser dividido em três partes que apresentam três cenas com os seguintes personagens:

1ª cena (Ap 12, 1-6): a mulher, o dragão e a criança.

2ª cena (Ap 12, 7-12): a guerra entre as forças de Deus (Miguel) e do mal (Satanás)

3ª cena: (Ap 12, 13-17): a mulher perseguida pelo dragão que é vencido.


Vamos analisar…


E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.E estando grávida, gritava com as dores do parto, sofrendo tormentos para dar à luz.

Viu-se também outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas;a sua cauda levava após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que estava para dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho. E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.

E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.

Este “grande sinal” significa a importância do acontecimento;

” Céu”, mais que morada de Deus, simboliza o lugar onde estão as forças transcendentais que interferem na história humana;

“Mulher vestida de sol” numa primeira leitura não se refere a Maria (Maria não apareceu no céu, não deu à luz no céu e muito menos o menino foi levado para junto de Deus.

Foi exatamente o contrário…Ele veio de Junto de Deus, no mistério da encarnação) faz alusão à glória de Deus que reveste o seu povo. O sol que ilumina;

“Tem a lua debaixo de seus pés” significa o domínio sobre as coisas temporais;

“Coroa de doze estrelas” lembra as doze tribos de Israel, bem como os doze Apóstolos recompensados no final dos tempos;

“Dores de parto” recorda todo o sofrimento vivido pelo povo do Antigo Testamento, bem como as perseguições da comunidade do Novo Testamento que quer continuar gerando Jesus para a humanidade através do seu testemunho;

“Dragão de sete cabeças e dez chifres” representa o poder político e dominador da época. As “sete cabeças” simboliza a plenitude (o número sete significa a plenitude, a totalidade) de poder.

Os “dez chifres” representam os dez governadores senatorias do Império Romano;

O “diadema” sobre cada uma das cabeças, referem-se à linhagem nobre de cada um dos governadores.

Tanto a Mulher como o Dragão são colocados juntos e em contraposição, simbolizando que as forças do bem e do mal travam um conflito constante na história;

A Mulher “deu à luz a um filho, um varão que irá reger todas as nações com um cetro de ferro”. Este versículo lembra o Salmo 2, 7b-9

(Tu és meu Filho, hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão. Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. ).

Não se refere ao nascimento de Jesus em Belém, mas sim na Paixão, quando então sairá vitorioso pela Ressurreição;

O “deserto” tanto significa o lugar da tentação (Jesus foi tentado no deserto durante 40 dias e 40 noites) com também o lugar da proteção de Deus;


O Capítulo 12 do Apocalipse é um texto que deve ser interpretado, primeiramente como sendo eclesiológico (A Igreja peregrina que sofre, é perseguida, mas que tem a força de Jesus e do Espírito Santo de Deus para vencer as armadilhas do mal), depois mariológico (Maria, mãe da Igreja que caminha).

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