Os casos de traição são sempre tratados pelos filmes e novelas de maneira romântica, na tentativa de se viver um amor verdadeiro.
Os protagonistas, nesses episódios, se envolvem quase sempre num jogo de sedução, no qual as justificativas para a infidelidade são muitas, como a agressividade do parceiro, o desgaste da relação, a falta de atenção do cônjuge, entre outros argumentos.
Esse tema, quando tratado nas novelas, além de garantir a essas atrações televisivas muitos ponto de audiência, poluem, com fantasias a mente dos telespectadores, os quais, muitas vezes, se revestem das razões apresentadas pela ficção.
Entretanto, na vida real, os relacionamentos extraconjugais provocam sequelas muito mais profundas do que vemos nas telas, pois sempre são apresentados de modo glamoroso e fantasioso pela cinematografia.
Os desgastes emocionais com os trâmites legais da separação, a partilha dos bens conquistados pelos cônjuges enquanto conviviam, a definição do destino das crianças, quando essas são frutos do relacionamento... Toda essas situações geram sequelas nas pessoas envolvidas.
Muitas vezes, os amigos do casal, volta e meia, questionam, extasiados, a respeito do fim do matrimônio. Quase sempre se referem as pessoas separadas tratando-as com o sobrenome de casadas, ou, em outras ocasiões, se referindo a elas como "o (a) ex de fulana (o)".
Dessa forma, muitos ex-cônjuges parecem condenados a viver sob os antigos rótulos da vida de casados. Algumas mulheres, além das crises provocadas pela separação, também vivem os preconceitos de ser vistas como pessoas carentes, não realizadas no casamento. E existem algumas que ainda sofrem perseguições do ex-marido ciumento que não aceita a ideia da ex esposa procurar a felicidade ao lado de outra pessoa.
Como se não bastasse todo o esforço para desvincular tais estigmas, os transtornos emocionais não deixarão de existir. Casais separados estão sujeitos aos desafios de enfrentar sentimentos negativos a respeito da má experiência vivida ou até mesmo a respeito dos próprios conceitos, muitas vezes, estereotipados sobre as pessoas do sexo oposto.
Quase sempre os divorciados terão de driblar com suas carências e buscar a cura das feridas geradas por um período tumultuado em suas vidas.
Para muitos, a realidade de separados traz consigo a incumbência de também administrarem uma família sozinhos. Entretanto, há pessoas que sabem conviver, perfeitamente, com essa situação levando a vida de solteiro (a) com responsabilidade e sabedoria.
Embora seja comum despender certo tempo para se recompor da mal sucedida experiência, há um grupo de pessoas que ainda deseja viver a felicidade procurada, novamente num relacionamento a dois. Mas, acreditar que precisam encontrar alguém a qualquer custo poderá ser um erro tanto para homens quanto para mulheres separadas.
A Igreja Católica estabelece um procedimento específico para liberar casais divorciados para que possam viver outro relacionamento conjugal na plenitude da graça dos sacramentos. Para isso, o processo eclesial, conhecido como processo de nulidade matrimonial, intermédio dos representantes da Igreja, se incumbe de examinar os fatos ocorridos: na vida dos dos divorciados, a fim de confirmar se existiu ou não o vínculo matrimonial na ocasião da celebração do casamento.
Ao contrário daquilo que normalmente pode se pensar o processo de nulidade não anula um sacramento, pois perante a Igreja todos os sacramentos são indissolúveis.
Um fato curioso é que esses tribunais já existiam na Igreja mesmo antes dos tribunais civis. Se a nossa felicidade depende de nossas escolhas, após a separação, a pessoa precisará ser muito mais seletiva se pretender viver uma segunda união. Pois, dependendo do local onde se busca um amor, poderá levar como brinde para dentro do relacionamento alguém com tendências ao vício da bebida ou de noitadas: sem compromisso.
Casais separados, quando decidem viver uma segunda experiência, devem estar preparados para evitar reincidir nos mesmos erros cometidos no relacionamento anterior. Por mais dedicado que possa ser alguém dentro de um convívio, se não houver a humildade em querer ser melhor, nada poderá acontecer.
Contudo, o desejo de ser feliz junto de alguém ou sozinho é possível quando este for somado à experiência de uma intimidade com Deus, que tudo pode realizar por aqueles que por Ele são muito amados.
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