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Foto do escritorHenrique Santos Filho

CORAÇÕES FERIDOS

O que significa Igreja. Igreja é uma palavra de origem grega escolhida pelos autores da Septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica) para traduzir o termo hebraico q(e) hal Yahveh, usado entre os judeus para designar a assembleia geral do "povo do deserto", reunida ao apelo de Moisés.

Portanto, Igreja não é organização, mas organismo vivo é o Corpo vivo de Cristo. Os que foram alcançados por sua graça e lavados pelo Seu Sangue são membros deste Corpo, onde Jesus é a cabeça.


A Sagrada Escritura diz que Deus não habita em tendas, nem em templos feitos por mãos.

Com esse entendimento, somos Igreja quando estamos juntos, unidos e em unidade.

Refletindo nessa unidade, olhamos para as mais diferentes expressões que formam a Igreja: pastorais, movimentos, comunidades. Se observarmos melhor perceberemos que muita gente tem se afastado, "feridos", pela forma das "leis" do grupo, pelas imposições exageradas, que vão se tornando mais importantes que as pessoas que se reúnem ali.

Quando isso acontece a organização passa a ter mais prioridade que o organismo, as coisas valem mais que as pessoas, o operacional está acima do relacional. A ordem do líder é inquestionável, ele tem o poder e o usa para atingir objetivos pessoais ou até políticos e empresariais.

O resultado, mesmo que o grupo ou movimento cresça, cresce também o numero de pessoas que "saem pela porta dos fundos", feridas, frustradas, com o que parecia ser um corpo, mas não é.

O crescimento da falta de comunhão é um grande motivador para afastamento de muitas pessoas de pastorais e grupos. O individualismo e a falta de comprometimento cada vez mais ficam evidentes. Ser acolhedor, chamar para perto os mais distantes e afastados, amar o diferente e ser solidário com os que sofrem é o que todo grupo de oração e pastorais deveriam ser e fazer.

É preciso sonhar com o sonho de Jesus para Sua Igreja, e isso começa em cada um.

Há lá fora, longe de nossa preocupação egoísta, milhares de pessoas necessitando de acolhimento, valorização, amor, com sede de Deus, mas os interesses pessoais, em "nome" de Deus, onde se busca prestigio na mídia, cargos, posições, etc. é muito maior e tem se destacado. Estamos vivendo como pagãos, competindo uns com os outros em busca de posições.

O crescimento no meio musical de clérigos e leigos, longe de ser uma vocação e ministério, mostra precisamos todos, recuperar os valores pessoais de muita gente que deu sua vida, tempo e dedicação a serviço de tantos movimentos. Pessoas que feridas, ou desmotivadas pelo secularismo, egocentrismo e interesses pessoais de outros, perdem esperança e se afastam do sonho de Deus em suas vidas.

Devemos refleti de que lado estamos caminhando?

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