Nesse caminho de vida com Deus e de busca daquilo que somos, daquilo que fomos criados no coração do próprio Deus, temos que tomar cuidados com aquilo que chamamos “Carência”.
Você foi criado para “SER AMOR” e não para “TER AMOR.”. Há enorme diferença entre “SER AMOR” e “ter amor”. Algum pode ter amor e não ser amor.
Para chegar a SER AMOR, é preciso amadurecer no AMOR. É preciso tornar-se...chegar a SER, pois quando alguém é imaturo ou CARENTE, ainda não “é amor”. Quando amadurece, passa a “ser amor”.
CARÊNCIAS
Quem não conhece a expressão de que não devemos ir ao supermercado fazer compras quando estamos com fome, pois assim compraremos muito mais de que realmente necessitamos?
Com o amor acontece algo similar. Quando nos sentimos carentes é comum embarcarmos em relacionamentos confusos, pois buscaremos no outro o amor que não conseguimos armazenar em nós mesmos.
Algumas mulheres ao se sentirem carentes, doam intensamente seu amor ao companheiro, oferecendo toda espécie de carinho, afeto, agrado, abrindo mão de sua própria vida em função do outro.
O companheiro vem em primeiro lugar, muitas vezes acabam abrindo mão de seus amigos, trabalho, família, filhos, simplesmente para satisfazê-lo.
Mulheres carentes fazem de tudo em prol do companheiro, vendem sua própria alma, ou melhor seu coração, se for preciso. Se esquecem que são tão merecedoras de amor quanto eles.
Como os homens se comportam frente as mulheres carentes? No início alguns podem até gostar, já que recebem tudo de suas amadas, carinho, amor e dedicação total. Com o tempo acabam se cansando desta situação, perdem interesse por suas companheiras, desqualificando-as e desmerecendo-as.
Essas mulheres, possuem uma lógica distorcida do amor, pensam que quanto mais se doarem ao seu amado, mais ele as amará.
Quando a mulher se esquece de si, ela abre portas para ser rejeitada, para ser menosprezada e para não ser valorizada pelo companheiro.
As mulheres carentes, muitas vezes não conseguem se satisfazer com o que recebem. Sugam a energia dos que estão a sua volta exigindo atenção constate, querendo agradar, querendo ser uma boa dona de casa, esposa e amante. Por medo de serem abandonadas, fazem de tudo para ter seu companheiro por perto, como afirma o ditado: ruim com ele pior sem ele.
A baixa auto-estima sempre vem acompanhada nesses casos, pois não gostando de si, atraem pessoas que também não a valorizam.
Quando a mulher é independente, inteira e autônoma ela é mais seletiva em suas escolhas afetivas, tem a capacidade de optar por relacionamentos que irão lhe oferecer trocas mais maduras e criativas. Escolhem companheiros mais maduros psicologicamente, dispostos a dar e receber e a manter um relacionamento onde os dois ganhem.
Voltando ao exemplo do início: quando se está com muita fome até o pão de ontem se aceita. Com carência é igual, pois qualquer coisa é melhor do que nada.
Como não cair nessas armadilhas então? Primeiramente a mulher deve priorizar sua vida, saber dar a devida importância a seus valores, idéias e crenças pessoais.
Deve estimular o contato com suas amizades, estar aberta a novas amizades ou experiências de vida, dedicar-se a um trabalho produtivo que goste e no qual sinta-se realizada, ter vários prazeres em sua vida e principalmente não limitar o seu existir, o seu propósito de viver em função de uma relação.
COMO O HOMEM SENTE
Várias dúvidas nos chegam querendo entender como os homens sentem e porque tem tanta dificuldade em expressar suas emoções.
Muitos homens ainda acreditam que expressar sentimentos, demonstra um gesto de fraqueza.
Desde pequeno foi ensinado que não era muito masculino externalizar suas emoções, já que esta característica sempre foi associada como sendo feminina.
A educação repressora que os homens receberam dos pais, família e sociedade contribui em muito para serem menos sensíveis. Normalmente a educação é mais severa nos meninos do que nas meninas sendo que estes, com freqüência, recebem mais castigos físicos do que as meninas.
Por terem dificuldades em expressar suas emoções e, principalmente, por terem receio delas, acabam abafando seus sentimentos. E quando sente-se pouco as coisas do coração, é inevitável que as sensações prazerosas do corpo, também fiquem prejudicadas.
Todas as sensações corporais, envolvendo prazer ou dor, estão intimamente ligadas ao corpo.
Na superfície da pele guardamos aquelas sensações físicas e emocionais que um dia vivenciamos no passado. Se por exemplo, o menino quando pequeno apanhou muito nas costas, quando chegar a fase adulta, guardará sensações ruins e desagradáveis nessa região.
Fica registrado em sua memória muscular, em suas células, os contínuos traumas que sofreu.
Quando ficar adulto, ao ser tocado nessa mesma região não terá boas sensações.
Mais tarde essas zonas se tornam insensíveis, dando menos prazer ao serem acariciadas.
Se quando pequeno o menino recebeu carinho, acontece o contrario, é provável que no futuro, sinta que o toque nesse mesmo lugar lhe proporcione prazer.
Em geral os homens também tem dificuldade em receber afetos da mulher.
Analisando desde a infância, freqüentemente, os meninos recebiam mais carinho das figuras femininas (mães e avós), do que das masculinas.
Na medida em que ele cresce, os carinhos oriundos da parte masculina vão gradualmente cessando.
Então cria-se uma idéia dissociada na cabeça da criança, pois de algumas pessoas pode receber carinho e de outras não.
Estes mesmos afetos que recebem de suas esposas, se acontecerem em público, costumam deixar muitos homens embaraçados. Pois receber carinho, implica em uma atitude de estar aberto, receptivo e disponível.
Alguns homens possuem a idéia de que precisam estar sempre no controle da situação, logo nunca relaxam, muito menos abrem seus corações. As mulheres normalmente ficam magoadas com essas atitudes, sentindo-se com freqüência rejeitadas.
Quem sabe, com o passar do tempo, os homens possam aprender com as mulheres e com as crianças o sentido supremo do sentir. E que esses mesmos homens possam ajudar na formação de uma nova mentalidade masculina em relação a seus futuros filhos, tornando-os mais sensíveis, criativos e abertos ao amor.
O aumento de peso é, na maior parte das vezes, a resposta que o corpo encontra para uma série de emoções desarmonizadas. Essas desarmonias comprometem a beleza e a saúde.
Os sentimentos de inferioridade, culpa, raiva, baixa estima, ansiedade, rejeição, insegurança, medo, etc. podem causar depressão e como forma de fugir desses problemas as pessoas assaltam a geladeira.
E aí, geramos um círculo vicioso, quanto mais problemas emocionais, mais comemos e quanto mais comemos, mais engordamos causando mais problemas emocionais.
Quem quer emagrecer e não consegue, deve ouvir seu corpo e tentar encontrar o motivo da sua compulsão e gula para melhor conduzir o processo de auto cura e conquistar a harmonia desejada. Nem sempre os grandes homens tiveram amor e atenção durante a infância.
Muitos cresceram em um lar com pais superprotetores, frios, prepotentes ou indiferentes.
E, como resultado disto, adquiriram uma personalidade que manifesta grande carência afetiva e vazio existencial.
Quem sofre com estes transtornos costuma procurar a compensação com a busca do poder, isto é, alguém que quer a glória, a excelência, para provar aos pais (mesmo que inconscientemente) do que é capaz.
A capacidade de dominar o próprio pensamento é uma característica presente na mente de quem está preparado para vencer. A ação é o resultado do pensamento.
As emoções acontecem constantemente e são fonte de energia, influência e informações. Todo sentimento é um sinal de alerta. Isto significa que algo está sendo questionado ou que há uma oportunidade a ser aproveitada.
É importante realizar uma pausa para que haja oportunidade de se captar o contexto situacional.
Quando existe prazer, a realização passa a existir porque houve um sentimento de aceitação da responsabilidade.
Portanto, o amor está dentro de você, basta assumir a autodisciplina e orientar o seu interior, controlar o seu estado emocional, aprendendo com as suas experiências, avaliando constantemente o rumo de sua vida e de sua carreira.
O amor tem duas dimensões: AMOR AFETIVO e AMOR EFETIVO.
a)AFETIVO- é o amor dado, comunicado em forma de afeto, em forma de manifestações emocionais, que partem do coração de quem o dá. Manifesta-se exteriormente, através de abraços, beijos, carinhos, sorriso de afeto, acolhimento, olhares afetivos, palavras de amor, elogios, gestos expressivos de afeto, sinais de apoio, compreensão, de perdão.
b)EFETIVO - é o amor provado, demonstrado por gestos concretos, que toma atitudes em favor do ser amado, que realiza obras de amor concreto, segundo a necessidade do amado. Um pai manifesta seu amor efetivo; trabalhando pelo filho, para dar-lhe casa, vestuário, comida, escola; educando-o para o amor ao trabalho, ao estudo, à verdade.
É importante perceber que o que mais nos interessa é o AMOR AFETIVO. Interessa e interfere muito mais que o amor efetivo nas nossas v idas.
Uma criança pode não ter nascido num lar com muitos bens, pode ter sido criada com dificuldades materiais, passando até por muitas privações, mas se tiver recebido muito amor na concepção, na gestação, na infância ela será uma criança mais sadia psicologicamente, e, portanto mais feliz.
Uma outra criança que vive numa família abastada, que tem tudo o que quer de bens materiais como: casa, esportes, lazer, viagens, etc., mas se ela não foi gerada, ou vive num lar em crise, onde não recebe amor afetivo bastante, será uma criança portadora de problemas, revoltada e infeliz.
A carência pode se tornar um grande obstáculo para que nossa identidade venha parar fora. Pois ela nos faz viver em função do outro.
Antes de qualquer coisa é importante deixar bem claro que carência NÃO SE SUPRE, SE CURA. A CARÊNCIA é provocada em nós, por uma falta de atenção, de apreciação, de olhar, de delicadeza, de amor... que para nós era indispensável que acontecesse, pois diante daquilo que fiz ou deixei de fazer, isso precisaria acontecer, e acontecer de forma natural, o resultado dessa ou daquela atitude que realizei ou deixei de realizar comportava naturalmente com essa atenção que não tive.
E, nos faltando o que naturalmente deveria acontecer, vão causando em nós frustrações, e com isso vamos nos tornando pessoas carentes, pessoas que não foram correspondidas em suas necessidades naturais, reais.
Assim sendo, vai formando em nós um buraco, um buraco que o quanto mais buscamos preencher, tanto mais proporcionamos o seu crescimento e acabamos nos machucando mais.
O QUE É TENTAR SUPRIR UMA CARÊNCIA?
Tentar suprir uma carência é nada mais que tentar preencher esse buraco, buscando em outra pessoa aquilo que alguém deixou de me dar, aquilo que alguém consciente ou inconscientemente me negou.
IMPORTANTE: O fato de alguém provocar em mim uma carência, não quer dizer que esse alguém premeditou ou era consciente que isso podia acontecer.
No caminho vamos perceber que o que não recebemos de alguém jamais será suprido por outro, pois cada pessoa que Deus permite que se aproxime de nós tornando-a participante de nossa história, de minha história, tem uma contribuição única a me dar, tem uma participação indispensável no meu crescimento, para me ajudar a ser aquilo que sou, pois cada uma, ou seja, com cada uma eu desenvolvo um aspecto importante para mim.
Negar o que essa pessoa tem a me oferecer buscando nela apenas aquilo que outro ou outros não me deram, e não aceitar a contribuição própria dela na minha vida, é negar a minha própria história que se faz presente; é me privar de receber no momento aquilo que se faz necessário, é abrir margem para que mais uma necessidade se frustre em mim.
Aceitar a participação dela em minha vida é ao contrário, assumir toda salvação que me vem a partir desse relacionamento. E, aos poucos ele vai se tornando apoio, sustento, para não mais viver em função, daquilo que não me foi dada no passado.
A carência despersonifica por inteiro a pessoa, a pessoa vive em função daquilo que necessita, ela é capaz de tudo para obter atenção daquele ou daquela que reflete esse algo negado por outro, ou por outros a si no passado.
Ela é capaz de ter atitudes agressivas consigo mesma, chegando muitas vezes às agressões físicas para chamar a atenção do outro sobre si.
Por outro lado, ela é capaz de realizar coisas prodigiosas, “sem defeitos” ou “falhas”, para ser bem vista por este ou por esta de quem ela necessita de atenção.
A carência tanto é levada para o negativo de si como para o positivo de si mesmo, a fim de obter aquilo que lhe foi negado no passado. Só que este caminho não leva a nada, ninguém consegue por aí ser aquilo que Deus quer.
É IMPORTANTE SEMPRE VOLTAR A ISSO
Cada pessoa que nos é dada por Deus para fazer parte de nossa história tem uma contribuição única a nos dar, a essa contribuição só tem o seu efeito e validade em nós, vivida no momento oportuno, que é o momento de cada um em nossa vida, em nossa história.
Fora disso, esses momentos não vividos tornam necessidades e só avolumam a carência em nós, fazendo com que esse buraco aumente cada vez mais.
O primeiro passo para se curar de uma carência é tomar consciência dela, é saber que me faltou algo no passado e que, trago com isso, certas necessidades gritantes em mim, as quais não adianta compensar e muito menos agir e reagir a partir delas, o que necessito é CURÁ-LAS.
PASSOS:
- Tomar consciência delas é o primeiro passo para a cura.
- Buscar ajuda de alguém que possa me escutar vai ser muito bom, o fato de falar para alguém alivia um pouco e pode fazer surgir novas luzes no campo da consciência.
- Falar para Deus dessas necessidades, rezar pessoalmente pedindo cura a Deus, é um passo imprescindível.
- Pedir que alguém rezasse sobre mim se faz muito necessário também.
- Utilizar os próprios meios que a igreja de Jesus Cristo nos fornece através dos sacramentos, é lutar com todas as armas para que o homem novo aconteça em nós, é darmos todas as chances a Deus para nos tornarmos àquilo que somos desde toda eternidade.
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