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Foto do escritorHenrique Santos Filho

CURADOS PARA AMAR

Para vivermos uma vida nova no Espírito e preciso termos um novo jeito de viver. Um jeito novo de vivermos, ensinado por Jesus Cristo, inspirado e movido pelo Espírito Santo.


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A vida cristã, não determina apenas a nossa prática religiosa, o nosso relacionamento espiritual com Deus. Ela envolve todo o seu viver. Toda a sua vida. Envolve todo os nosso relacionamento com Deus, com o próximo, com o mundo criado e com o mundo celeste.

Para vivermos uma vida nova no Espírito e preciso termos um novo jeito de viver. Um jeito novo de vivermos, ensinado por Jesus Cristo, inspirado e movido pelo Espírito Santo. Um jeito novo de vivermos: nosso amor, nosso trabalho, nossa família, nosso namoro, nosso casamento, nossa sexualidade, nossa afetividade, nossas amizades, a posse dos bens materiais, a política e tudo mais que faça parte de nossa vida. A vida nova é um novo modo de vivermos, ensinado por Jesus. Envolve toda a vida, o mais profundo do SER. Não apenas a casca, mas o coração. Trata-se de receber “um novo coração e um novo espírito” (Ez. 36 24-30).

Nós fomos criados para “SER AMOR”. E só nos realizaremos plenamente na vida, se chegarmos a ”SER AMOR”.

Amor adulto, amor “oblativo” Esta é a realidade existencial mais verdadeira e mais profunda de nossa vida: só encontraremos plena realização, quando se realizar o amor, porque fui criado para ser amor. Em Gn. 1, 27, está escrito: “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher”.

O que significa ser criado à imagem e semelhança de Deus ? Para sabê-lo precisamos perguntar: “Quem é Deus ? Como é Deus ? “ São João nos diz, na sua Primeira Carta, capítulo 4, versículos 8 a 16, que “Deus é amor”! Se Deus é amor, aquele que é criado à sua imagem é criado para ser amor. Há um dito popular que diz: “Filho de peixe, peixinho é. Podemos dizer:”Filho de amor, amorzinho é. Se nós fomos criados à imagem e semelhança do AMOR, fomos criados para SER AMOR. Podemos dizer: “Que maravilha, fomos criados para ser amor”. Em verdade não apenas uma maravilha, mas uma constatação de significado mais profundo, existencial e de conseqüências fundamentais na nossa vida atual e futura. Porque se fomos criados para ser amor, só seremos felizes, se isto se realizar em nossas vidas, chegarmos a “ser amor, de fato!” Certamente cada um de nós, pelo menos uma vez na vida, refletiu sobre o amor. Esse sentimento que movimenta toda a humanidade, muito mais precioso que o ouro. É procurado nos outros e em nós mesmos, e quando não é encontrada, leva à dolorosa sensação de solidão.


AFINAL O QUE É O AMOR?

Há uma confusão muito grande entre amor verdadeiro e um produto similar, chamado de - amor de troca – uma conduta usada como moeda, para comprar determinados comportamentos do OUTRO. Exemplo típico é a eterna cobrança : "Eu sempre cuidei de você, agora que preciso, não o tenho comigo".

É preciso entender que, o amor cresce dentro de nós e nos convida a estar com o outro. Quando estamos em estado de amor, torna-se inevitável agirmos de forma amorosa. Portanto, o outro, no fundo, nos faz um favor ao se deixar amar por nós.

O Amor não é um convite para a infelicidade. Quando numa relação uma pessoa se sente amargurada, deve refletir cuidadosamente, pois o amor impulsiona para a vida, sentimo-nos vivos e em sintonia com Deus, que é amor. Amar não é viver assustado, procurando adivinhar o que o outro quer, para obter sua aprovação, ou temendo o seu mau humor.

O sentimento do amor nos dignifica e nos dá a verdadeira dimensão do nosso valor; faz-nos sentir que pertencemos à raça humana e que não somos simplesmente mero complemento um do outro. Amar não é ficar parado, como um rei, esperando que o outro, pelo fato de estar sendo amado, sinta-se devedor de nosso sentimento.

O amor nos proporciona uma sensação de gratidão para com a existência; um sentimento de sermos abençoados por Deus. E, em retribuição, somos levados a cuidar desse amor.

Amar não é simplesmente ter um desejo sexual. Sexo não é o único elemento do amor. As pessoas que vêem o amor como algo puramente genital, acabam por empobrecê-lo. Amar não é uma viagem a ser feita com alguém, onde desvendamos os mistérios que ela nos apresenta a cada momento. O amor é uma força que nos leva a enfrentar todos os nossos medos, criados desde as primeiras experiências dolorosas de aproximação.

O Amor torna-nos corajosos e ousados, prontos a desafiar o tédio e o comodismo, a enfrentar o desafio do cotidiano, sem deixa-lo transformar-se em rotina. Ele nos proporciona uma postura de aprendiz, concedendo-nos, a suprema compreensão de que, quando somos levados pelo impulso do amor, realizamos algo. No amor, não estamos nos submetendo ao outro, mas sim obedecendo às ordens de dentro de nosso coração. O amor nos dá coragem para enfrentarmos todas as mensagens negativas ouvidas na infância, do tipo: “homem não presta” “mulher é complicada” casamento só traz sofrimento “, que poluem nossos pensamentos.

O amor é um sentimento de seres imperfeitos, portanto, não podemos exigir a perfeição do outro, a função do amor é levar o ser humano à perfeição. O amor é um convite a estar com o outro, é um querer estar compartilhando alegrias e dores, problemas e soluções. O amor nos leva a respeitar a nossa própria individualidade e a do outro.

O amor é a força que nos torna guerreiros, sem revolta, pois, amar é comprometer-se sem garantias, entregar-se completamente, com a esperança de que o nosso amor produza amor no outro. O amor é uma viagem para dentro de nós mesmos, na busca das respostas que nos revelem o que não está certo conosco, mesmo que o outro esteja sendo desleixado com nosso amor. A palavra amor é muito limitada para expressar a totalidade do seu significado e, por isso, ao procurarmos conceituar o sentimento, é inevitável que o limitemos.

O Amor é muito mais que a união de dois corpos, muito mais que a união de duas pessoas. Ë a própria existência. No amor seguimos um caminho, realizando uma história, cujo final, apesar de nosso conhecimento, só vamos saber quando a completarmos. A única certeza que temos é a de que o amor é uma condição inerente ao ser humano. Assim como a flor emana o seu perfume, o homem naturalmente exala o amor. Isso é tão inevitável quanto é impossível proibir a terra molhada de desprender o seu cheiro.


A FAMÍLIA

Deus sabia que para chegarmos a ser amor, precisaríamos de um lugar especial, onde fossemos recebidos com amor, onde pudéssemos receber muito amor, por muito tempo, onde pudéssemos receber e retribuir amor, trocar amor de forma livre, espontânea sem problemas. Esse lugar especial é a FAMÍLIA. Toda família é um “ninho de amor”. Deus criou a família para esta finalidade: ser ninho de amor.

É na família que experimentamos receber, dar, trocar e amadurecer o amor. Pois todos formos criados para ser amor. Deus criou a família exatamente para estreitar as pessoas entre si, para que formem unidade, comunhão de amor, a fim de que todos se amem, todos deem e recebam amor, e desta forma amadureçam e se tornem amor, pois todas as pessoas foram criadas para ser amor e só serão felizes se realizarem no amor. Na família a coisa mais importante é o amor. O amor entre marido e mulher ( Efésios 5, 22-33).

O amor entre pais e filhos (Efésios 6, 1-2). O amor entre irmãos. O amor entre familiares: avós, tios, primos, cunhados, genros, noras, sobrinhos e netos. Amar e ser amado são, sem duvida, o maior desejo do ser humano e, por isso mesmo, a maior fonte de frustração (I Jo. 4, 8).


AS FASES

Amar tem três fases em seu processo de aprendizagem:

*A primeira é da alienação, da falta de consciência, pensamos que já sabemos muito. No amor, acreditamos que amamos muito, corretamente, que nos entregamos. Nem bem começamos, já nos consideramos mestres.

*A segunda fase é da aprendizagem, na qual percebemos que não sabemos nada ou quase nada.

Passamos então a traçar um objetivo e queremos aprender o máximo possível. É a etapa da técnica, do treinamento metódico para atingir um determinado fim. No amor é necessário desenvolver um treinamento para viver com o outro, seja ele quem for, é um treinamento de diálogos, relações, etc.

*A terceira fase é a da sabedoria. Aqui já não existe o “EU”, mas o “NÓS”. Ë o tempo da comunhão, é a etapa que ultrapassa o individualismo.

Todos os seres humanos têm uma grande necessidade na vida: viver em estado de pleno amor.

MEDO DE AMAR

O maior medo do homem é o de amar, que é tão grande quanto o medo de ser amado. Cada um de nós sabe que amar alguém pode causar a sensação de fragilidade e dependência; a presença do outro torna-se vital e a possibilidade de ser abandonado, a qualquer momento, fica tão ameaçadora que geralmente as pessoas optam pela saída mais fácil que é a de sabotar a possibilidade de viver um grande amor.

O medo de amar é uma praga, uma erva daninha, que corrompe o coração da maioria das pessoas que vivem se queixando de solidão. Esse medo faz com que as pessoas arrumem desculpas e justificativas para explicar as suas inseguranças. Ele é parte da nossa vida. Negá-lo ou sair para respostas fáceis é o que menos resolve.

O melhor, sem dúvida, é estar atento para esse medo, dar um mergulho na própria vida e perceber que, no fundo, não importa quem seja o outro quando se está decidido a ficar sozinho, por medo de ser abandonado outra vez. É muito comum ouvir pessoas dizerem que sentem muito medo de ficar sozinhas no futuro. Quem tem este receio, já está só, e enche toda sua vida de compromissos, trabalhos e relações superficiais e não tem consciência da própria solidão. Precisamos ter um ponto de equilíbrio na vida. Quantas vezes pensamos em convidar alguém para sair, ir a praia, conversar, e não fizemos temendo que seríamos rejeitados, sem ao menos ter tentado? Quantas vezes nos apaixonamos, sem que o outro soubesse do nosso amor? Quantas vezes abandonamos alguém, com medo de sermos abandonados? Quantas vezes sofremos sozinhos, com medo de pedir ajuda? Quantas vezes nos afastamos de alguém, com medo de nos comprometer?

Experiências dolorosas do passado provocam um medo absurdo de sofrimento. Devido a experiências de rejeição e de desqualificação na infância, reagimos perante as pessoas como se elas fossem senhores do bem e do mal, com poderes de nos fazer sofrer ou de nos fazer felizes.

Por falta de amor, compreensão e segurança, a criança pode desenvolver-se com um caráter inquieto, incapaz de dar felicidade a si mesma ou a quem quer que seja, envergonhando-se do amor que sente por alguém, da mesma maneira que se sentia inadequada em pedir, mais uma vez ao pai, que brincasse com ela, quando sabia que a resposta seria um NÃO. O medo de amar é uma realidade de nosso dia a dia pode-se manifestar cada vez que nos aproximamos do outro.

Quando amamos não fazemos comparações. Não comparamos as pessoas, pensando que se algo fosse diferente nelas, elas seriam melhores.

Se Deus é amor, somos imagem deste amor. Para recuperar a plenitude deste amor é necessário buscarmos a “cura” dos traumas e a libertação dos medos impregnados desde nossa infância. Buscarmos pela oração e exercício correto e sadio, a libertação dos “impedimentos” de amar, de se sentir amado.


Para refletir!

· Como você experimenta SER amor?

· Que passos são possíveis para SER amor ?

- Cite os obstáculos que são te impedem de ser livre dos impedimentos de amar?

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