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Foto do escritorHenrique Santos Filho

IGREJA DE EFESO

A igreja de Éfeso era uma das 7 igrejas da Ásia Menor às quais o apóstolo João escreveu suas cartas.

Ela sofria a influência de muitos falsos ensinos e falsos mestres e foi perdendo o “primeiro amor”. Para voltar ao avivamento, ela precisava do Espírito do Senhor (Is 11, 2).


Foto: https://ministeriofama.org/portal/images/artigos/estudos/efeso.jpg

Apocalipse 2, 1-7

"Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: Eis o que diz aquele que segura as sete estrelas na sua mão direita, aquele que anda pelo meio dos sete candelabros de ouro. Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência: não podes suportar os maus, puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são e os achaste mentirosos. Tens perseverança, sofreste pelo meu nome e não desanimaste. Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras. Senão, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, caso não te arrependas. Mas isto tens de bem: detestas as obras dos nicolaítas, como eu as detesto. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor darei de comer (do fruto) da árvore da vida, que se acha no paraíso de Deus”

Éfeso significa: desejável. Era um grande centro comercial e religioso da Ásia e que, atualmente, corresponde à Turquia.

Ali, a prática religiosa mais comum era o culto a Diana, o nome latino da Rainha do Céu (ou Ártemis, em Grego) e foi ali que houve o tumulto entre Paulo, Demétrio e o povo grego da cidade (At 19, 23-40).

Portanto, a igreja sofria a influência de muitos falsos ensinos e era perturbada por muitos falsos mestres. Depois de Paulo, o apóstolo João exerceu jurisdição naquele local sobre as sete igrejas principais da Ásia Menor.

Dessa forma, a igreja primitiva de Éfeso, debaixo de tantas influências pagãs e sem a força espiritual para romper com os velhos costumes gregos, foi aos poucos perdendo o “primeiro amor”, ou seja, a chama inicial do avivamento foi se esfriando, apesar dos esforços dos apóstolos, principalmente de Paulo.

Quando João escreveu sua carta a Éfeso por ordem de Deus, ele dizia que o Senhor reconhecia neles o labor, a perseverança, sua oposição aos nicolaítas, sua justiça em relação à liderança na igreja, sua resistência diante das perseguições e provas, entretanto, pedia do Seu povo o arrependimento sincero e o retorno ao avivamento, senão Ele removeria o candeeiro dali, isto é, unção do Espírito Santo; em outras palavras, Sua própria presença entre eles.

O termo “nicolaítas” tem origem controversa. Presume-se que Nicolau de Antioquia (At 6, 5 – escolhido no início da formação da Igreja como diácono), supostamente, teria dado o seu nome a um grupo dentro dela que procurava entrar em compromisso com o paganismo, a fim de permitir que os cristãos participassem sem embaraço em algumas atividades sociais e religiosas da sociedade pagã na qual se encontrava.

A orientação da seita seria semelhante à de Balaão, o corruptor de Israel no Antigo Testamento (Num capítulos 22, 23 e 24): comerem coisas sacrificadas a ídolos e praticarem a prostituição ou a frouxidão sexual no seio da Igreja.

Por isso, Deus menciona não apenas a Sua desaprovação a este tipo de prática, como elogia a igreja de Éfeso por ter se oposto à seita também.

Além da exortação divina ao retorno das práticas cristãs do início, Ele fala que o prêmio para os que conseguissem superar esse tipo de provação que estava ocorrendo na comunidade seria se alimentar da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus, simbolizando a verdade de Jesus em contraposição com os falsos ensinos e com a idolatria.

Agindo corretamente, Éfeso seria novamente desejável para Ele.

COMO PODEMOS TRAZER ISSO PARA OS NOSSOS DIAS?

Infelizmente, muitas igrejas e o povo que dela participam, começam debaixo do avivamento espiritual, mas ao longo da sua caminhada deixam de lado a vigilância, abrindo espaço para as obras da carne e para os falsos ensinos que começam a minar a chama do “primeiro amor”.

Tanto membros quanto líderes transformam o culto e as orações numa triste rotina, cessando a verdadeira comunhão com o Espírito Santo.

Embora cientes das práticas impuras mescladas com o evangelho, embora se opondo a elas, não conseguem mais reatar a pureza original, pois o amor que movia seus corações a fazerem a obra foi conspurcado pelas influências externas.

Deus não se agrada da nossa falta de compromisso com a Sua verdade, do comodismo nem da triste rotina religiosa que impede o Seu Espírito de agir, muito menos da nossa complacência com certas atitudes carnais que abrem brecha para os modismos e para o “moldar adúltero” da Palavra às conveniências humanas, com a desculpa de que não podemos ser radicais.

Na verdade, o radicalismo é um empecilho às novidades de Deus e também não leva a comunidade a lugar algum.

Entretanto, o que Deus quer dizer é que não adianta vagarmos pelos extremismos da moral, quando o coração já não vê mais “graça” em estar, de verdade, na presença do Senhor.

As diversas solicitações da vida moderna nos levam, muitas vezes, a cair em certos laços do demônio, desviando a nossa atenção do que é realmente importante, como a vontade de orar e buscar a direção do trono de Deus.

Outro exemplo: aqueles telefonemas completamente sem sentido e sem motivo justamente no momento de oração ou louvor em que Deus vai começar a dar uma revelação espiritual importante. Saímos da “conexão” com Ele para atendermos rapidamente à conexão com o mundo. Se não estivermos ligados ao Espírito, não conseguiremos perceber as estratégias usadas pelo inimigo.

Além dessas já citadas, ocorre o que aconteceu com o caso dos “nicolaítas”, em que não apenas os ensinamentos humanos são introduzidos assumindo “ares de verdade”, mas o sexo dentro da Igreja passa a ser tratado com certa negligência.

Explicando melhor: deixando de lado o moralismo que apenas serve para julgar e condenar os erros do passado, nossas lideranças não conseguem abordar esse assunto de maneira mais aberta, deixando muitos na ignorância; estes, por sua vez, omitem do líder, durante um aconselhamento ou oração, a real situação de vida seja de solteiros ou casados

e “vai-se levando a vida” de qualquer jeito, achando que Deus vai aprovar a situação e abençoar o que por si só já está amaldiçoado.

Qualquer coisa que ocupe o lugar prioritário de Jesus na nossa vida é um motivo para se apagar a chama do “primeiro amor” nos corações, por isso Ele orienta o Seu povo a se arrepender do que o fez esfriar espiritualmente, caso contrário, a unção pode ser retirada do meio daquela comunidade. Em Éfeso, o prêmio para os que resistissem a esse tipo de tentação era se alimentar da árvore da vida que estava no paraíso de Deus.

No Éden, a árvore da vida estava no centro do jardim, em contraposição à árvore do conhecimento do bem e do mal, que estava em outro ponto do mesmo.

Isso quer dizer que os que se voltam para as práticas sadias do evangelho como buscar o Senhor de coração íntegro, abandonar completamente o pecado e as antigas obras da carne e amar seu semelhante, passam a ter uma intimidade renovada com a “árvore da vida” que é Jesus; assim, retomam o aprendizado da Palavra baseado na verdade divina, não mais nas mentiras humanas disfarçadas e, com isso, fecham a brecha para os falsos ensinos.

Atualmente, em muitas igrejas, grupos e ministérios, está ocorrendo o que acontecia em Éfeso: a influência da Rainha do Céu (Aserá, Diana, Ártemis), trazendo rebeldia, idolatria humana, falta de domínio da carne, costumes mundanos “maquiados” de santidade, permissividade com muitas atitudes que não agradam a Deus, irreverência, falta de temor, desestruturação familiar etc.

Essas coisas vão se infiltrando aos poucos, inclusive na liderança por excesso de pressão emocional e espiritual ou por falta de preparo suficiente para ocupar determinadas posições, até por desconhecimento da própria Palavra (“meu povo está sendo destruído pela falta de conhecimento, diz o Senhor” (Os 4, 6a); não, necessariamente, o desconhecimento do que está escrito, e sim da falta de experiência espiritual real com ela, o que apenas o Espírito Santo pode dar.

Isso nos faz pensar em muitas coisas que estamos praticando e que precisam ser mudadas para que a chama do “primeiro amor” volte a estar acesa.

Tudo tem um ingrediente básico que é a simplicidade do evangelho que havia no início da Igreja Primitiva, aceitando as coisas de Deus como as crianças aceitam.

Que relação isso tem com os sete candeeiros de ouro descritos em Ap 1, 12-16; 20?

Vamos ler o texto:

Voltei-me para saber que voz falava comigo. Tendo-me voltado, vi sete candelabros de ouro e, no meio dos candelabros, alguém semelhante ao Filho do Homem, vestindo longa túnica até os pés, cingido o peito por um cinto de ouro.

Tinha ele cabeça e cabelos brancos como lã cor de neve. Seus olhos eram como chamas de fogo. Seus pés se pareciam ao bronze fino incandescido na fornalha. Sua voz era como o ruído de muitas águas. Segurava na mão direita sete estrelas. De sua boca saía uma espada afiada, de dois gumes. O seu rosto se assemelhava ao sol, quando brilha com toda a força.... Eis o simbolismo das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete candelabros de ouro: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros, as sete igrejas”.

É interessante perceber que a bíblia fala que o Senhor está com as sete estrelas na Sua mão direita, entretanto, se acha entre os sete candeeiros de ouro.

Quando falamos das sete estrelas, ou seja, dos sete “anjos” das igrejas, podemos pensar que, mais do que o símbolo de um líder, elas têm o significado de “o espírito” predominante nelas, em outras palavras: a ideia, a força predominante, a índole, a tendência, o pensamento de cada uma delas.

Devemos prestar atenção também ao que está escrito: “Tinha na mão direita sete estrelas”, ou seja, a mão direita é símbolo de honra, poder, autoridade, bênção, força e privilégio e isso quer dizer que é o Senhor que segura debaixo da Sua autoridade a liderança da Igreja. Ele detém o poder.

Podemos ir mais longe no nosso raciocínio dizendo, então, que as sete estrelas correspondem à parte humana na igreja, detidas pelo poder de Deus e debaixo do Seu governo, ao passo que os sete Espíritos de Deus (Ap 4,5) correspondem à parte divina, ou seja, às sete unções por Ele derramadas sobre a parte humana para completá-la, para supri-la naquilo que lhe falta.

Em outras palavras: cada igreja tem seu componente humano que a faz agir e reagir de uma determinada forma, entretanto, Deus dispôs um dos Seus sete Espíritos (a plenitude das sete características do Espírito Santo) para cada uma delas a fim de que recebam a força espiritual necessária para se levantarem novamente e atingirem a perfeição, desempenhando na terra a sua parcela como membro do Corpo.

O candeeiro do qual a bíblia fala aqui eram candeeiros separados, representando as sete igrejas gentias da Ásia Menor (O Espírito Santo distribuído entre os Gentios), ao passo que o candelabro de uma só haste com sete lâmpadas dado a Moisés em Êx 25, 31-40; Êx 37, 17-24; Nm 8, 1-4, e mencionado em Hb 9, 1-10, representava o Espírito de Deus no meio do povo de Israel. Para fins práticos, é a mesma coisa: a presença do Espírito Santo com poder, unção e avivamento entre os que são Seus escolhidos (Judeus e Gentios).

Para nós que nascemos do Espírito, tudo isso tem um significado.

Em primeiro lugar, vamos até Pv 20, 27 onde está escrito: “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do corpo”.

Isso significa que o nosso espírito iluminado pela presença de Deus é capaz de sondar nosso interior e transformá-lo à imagem do Senhor.

Em Is 11, 2 o significado dessas sete luzes torna-se bem claro para nós. Isaías profetiza sobre as qualidades do Messias, como se esperaria de um rei, também chamado ‘ungido de Deus’. Por isso, ele começa falando que o Espírito do Senhor repousará sobre Ele (Jesus), o Messias, trazendo também os dons da sabedoria, do entendimento, de conselho, de fortaleza (em algumas versões, está escrito ‘poder’), de conhecimento e de temor do Senhor. O texto diz: “Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e entendimento, o Espírito de conselho e fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor”. Neste versículo, a palavra ‘conselho’, em Hebraico, `etsah, significa: conselho; por implicação: plano, prudência, deliberação, consideração, ponderação, conselho, conselheiro, propósito.

Para a igreja de Éfeso, que tinha perdido o primeiro amor, a chama que foi apagada e que precisava ser acesa novamente era a que chamamos O Espírito do Senhor (Is 11, 2).

O Espírito do Senhor é o próprio Espírito de Deus em nós, mantendo Sua chama de vida no nosso espírito, fazendo-nos existir e realizar Sua obra na terra. Com o Espírito Santo podemos realizar o que Jesus realizava: pregar boas novas, curar os enfermos da alma e do corpo, libertar os cativos do demônio e levar alegria.

Nós o recebemos no momento da nossa conversão. Is 61, 1-3 diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados, a apregoar o ano aceitável do Senhor ( o ano da bondade do Senhor) e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória”.

O Espírito do Senhor nos faz sentir coragem, assim como a força e o poder de Deus em ação de milagres, libertação e cura.

Assim, Éfeso necessitava recordar de tudo o que sentiu ao iniciar a obra de Deus, quando seus membros experimentaram o verdadeiro avivamento; precisavam retomar novamente esta postura.

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