Em suma, a misericórdia é um profundo sentimento de dor e solidariedade diante da tragédia alheia, acompanhado de atos concretos que expressam compaixão e perdão.
Este conceito transcende o humano, sendo uma oferta de amor que emana do coração divino, como afirmado por Santo Tomás de Aquino, “Ser misericordioso é próprio de Deus e é pela misericórdia que Ele principalmente manifesta sua onipotência” (Tomás de Aquino, Suma Teológica, II-II, q. 30).
Compreender a compaixão como a capacidade de ser afetado revela sua natureza universal. O chamado divino à misericórdia, conforme expresso pelo profeta Oseias, destaca a importância desse atributo em contraposição a sacrifícios ou oferendas, sublinhando que a verdadeira compreensão de Deus reside na prática da misericórdia.
Em resumo, a misericórdia, etimologicamente ligada ao termo “miserecordis”, traduz-se no sentir profundo da causa do desfavorecido.
O misericordioso não apenas reconhece a infelicidade, dor ou mal alheio, mas carrega consigo um coração marcado pela miséria do próximo.
A compaixão, por sua vez, vai além da simples pena, envolvendo um sentimento piedoso de simpatia diante da tragédia alheia, acompanhado do desejo genuíno de amenizá-la.
Contudo, é importante destacar que vai muito além disso, representando uma participação espiritual na infelicidade do outro, que desperta um impulso altruísta de ternura para com o sofredor. Nesse contexto, desempenhamos nossa parte humana enquanto nos deixamos plenificar pelo amor divino de Jesus, o que nos capacita a orar cordialmente: “Sagrado Coração de Jesus, confio e espero em Vós”. Essa prece reflete não apenas confiança, mas também a disposição para agir com compaixão e misericórdia, buscando aliviar as cargas alheias.
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