Que mundo vemos hoje? Há uma preocupação exagerada de autoridades civis e religiosas em criar coisas novas, Muitos se beneficiam das dores das famílias para manterem seus projetos pessoais, com planos egoístas.
É preciso notar uma terrível doença que se faz presente na família, na sociedade, lenta e silenciosa: os alcoólatras nos mais variados estágios. Todos resistentes a tratamento, mesmo aqueles que em estado avançado tem vômitos matinais, numa situação desesperadora. Para essas pessoas, a eventualidade de internação com interrupção do fornecimento de bebida, é intolerável.
Muitos sabem que os que espera é a morte prematura, mas parecem não ter medo, ou se escondem – omitem tal sentimento. A dependência é mais forte que o medo de morrer. Quando se trata de álcool, a dependência leva anos para se instalar, por isso dizem “bebem socialmente”. Nesses anos que antecedem a dependência, o “bebedor”, constitui família, estuda, aprende um oficio e se afirma profissionalmente até que a progressão da doença acabe com tudo: família, emprego e dignidade.
Muito raramente alguns tem uma centelha de consciência e procuram ajuda, e se esta vier a tempo e o processo destrutivo for interrompido e controlado, para retornar a sua vida e tentar devolve-la ao que era antes da dependência ter-se instalado. Vemos na TV tempos atrás, o esforço para desestimular os dependentes de crack numa favela do Rio de Janeiro, sendo levados pelos assistentes sociais. No final do dia estavam de volta a vida antiga. A interrupção compulsória para os dependentes não se deve confundir com as normas de internação para outros tipos de dependência.
As dependências são todas iguais, mas a do crack não tem começo e meio... já começa no fim.
Para os dependentes a morte não nada diante da ideia de ficar sem o produto. Voltando aos alcoólatras, bendito seja os que impedem a manutenção do vício-doença em nossas paroquias e festas religiosas com pretexto de angariar fundos para manutenção do sagrado.
Sagrado é a pessoa, sua família, sua dignidade e autoestima.
Os milhões que enriquecem as mais diversas industrias da “morte” ou o que se gasta na saúde para remediar os sofrimentos, não se compara com a solidão de milhares de esposas e filhos, desanimados, inseguros e revoltados, que se não cuidados, tomam posse da herança de seus pais.
É nossa obrigação de cidadãos e cristãos testemunhar, auxiliar e se fazer presente pela vida e não pela morte.
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