O Espírito Santo é o agente da salvação. “Nisto Ele convence-nos do pecado (Jo 16,7,8 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo! revela-nos a verdade a respeito de Jesus (Jo 14, 26 ), realiza o novo nascimento (Jo 3,3-6), e faz-nos membros do corpo de Cristo (I Cor 12,13). Na conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo (Jo 3,3-6; 20,22) e nos tornamos coparticipantes da natureza divina (II Pe. 1,4).
O Espírito Santo é o agente da nossa santificação
Na conversão, o Espírito passa a habitar no cristão, que começa a viver sob sua influência santificadora (Rm 8,9; I Cor 6,19). Note algumas das coisas que o Espírito Santo faz, ao habitar em nós. Ele nos santifica, purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa, libertando-nos da escravidão do pecado. Ele testifica que somos filhos de Deus (Rm 8,16), ajuda-nos na adoração a Deus e na nossa vida de oração, e intercede por nós quando clamamos a Deus (Rm 8,26,27). Ele produz em nós as qualidades do caráter de Cristo, que O glorificam (Gl 5,22,23).
O Espírito Santo é o agente divino para o serviço do Senhor,
Revestindo os cristãos de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Esta obra do Espírito Santo relaciona-se com o batismo ou com a plenitude do Espírito. Quando somos batizados no Espírito, recebemos poder para testemunhar de Cristo e trabalhar de modo eficaz na igreja e diante do mundo (At 1,8). Recebemos a mesma unção divina que desceu sobre Jesus (Jo 1,32,33) e sobre os discípulos (At 2,4), e que nos capacita a proclamar a Palavra de Deus (At 1,8; 4,31) e a operar milagres (At 2,43; 3,2-8; 5,15; 6,8; 10,38).
Para realizar o trabalho do Senhor, o Espírito Santo outorga dons espirituais aos fiéis da igreja para edificação e fortalecimento do corpo de Cristo (I Cor 12 a 14). Estes dons são uma manifestação do Espírito através dos santos, visando ao bem de todos (I Cor 12,7-11).
O BATISMO COM ESPÍRITO SANTO
A) SER CHEIO DO ESPÍRITO
Todo o cristão recebe o Espírito Santo no momento da conversão e pode ser cheio dele sem ser batizado no Espírito Santo
O Espírito Santo nos convence do Pecado Jo 16,8 (E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo).
O Espírito Santo habita em nós I Cor 6,19 (Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?)
Nós fomos selados com o Espírito Santo Ef 1,13,14 (em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória); II Cor 1,21,22 (Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração); Ef 4,30 (E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção)
Devemos buscar ser cheios Ef 5,18 (E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito)
Exemplo de pessoas que foram cheias do Espírito Santo e não eram, batizadas nEle:
Isabel Lc 1,41 (E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo)
Zacarias Lc 1,67 (E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo e profetizou, dizendo:)
Simeão Lc 2,25 (Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.)
João Batista Lc 1,15 (porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.)
B) -SER BATIZADO COM ESPÍRITO SANTO
At 1.5 "Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias."
A respeito do batismo no Espírito Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:
Jesus ordenou aos discípulos que não começarem a testemunhar até que fossem batizados no Espírito Santo e revestidos do poder do alto Lc 24,49 “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.” At 1,4,5,8 “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”.
O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus discípulos e disse: "Recebei o Espírito Santo" (Jo 20,22), indicando que a regeneração e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também deviam ser "revestidos de poder" pelo Espírito Santo (Lc 24,49; cf. At 1,5,8).
O batismo no Espírito Santo outorgará ao cristão a ousadia e o poder de Deus para realizar grandes obras em nome de Jesus Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação At 1,8 “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e sereis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” At 4,31; 33 “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”.
O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo. No dia de Pentecostes At 2,4 “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem”
Na casa de Cornélio em At 10,44-46 “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus”. E aos cristãos de Éfesios At 19,6 “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam”. Esse poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14,16-18; 16,14; I Cor 12,7).
OS DONS ESPIRITUAIS
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais concedidos a todos (I Cor 12,7-11). Essas manifestações do Espírito visam à edificação e à santificação da igreja (I Cor 12,7; ver 14,26). Esses dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12,6-8 e Ef 4,11, mediante os quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em I Cor 12,8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes maneiras.
As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (I Cor 12,11), ao surgir a necessidade, e também conforme o desejo do cristão na busca dos dons (I Cor 12,31; 14,1)
Certos dons podem operar num cristão de modo regular, e este pode receber mais de um dom para atendimento de necessidades específicas. Todos deve desejar "dons", e não apenas um dom (12,31; 14,1).
É antibíblico e insensato se pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada, menos visível.
Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do cristão (Gl 5,22,23). Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos cristãos disfarçados como servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7,21-23; 24.,11, 24; II Cor 11,13-15; II Ts 2,8-10). Aquele que crê não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual, mas deve "provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (I Jo 4,1; I Ts 5,20,21.
RELAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS
Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
Em I Cor 12,8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede a todos. Nesta passagem, ele não descreve as características desses dons, mas noutros trechos das Escrituras temos ensino sobre os mesmos.
DONS DE REVELAÇÃO
Dom da Palavra da Sabedoria (I Cor 12,8)
Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico
Ex.: At 6,10 Não podiam resistir a sabedoria com que Estevão falava;
Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1,5,6).
Dom da Palavra do Conhecimento (I Cor 12,8)
Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Frequentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia Ex.: (At 5, 1-10) Pedro obteve o conhecimento do que Ananias e Safira haviam feito
Dom de Discernimento de Espíritos (12.10)
Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (1Jo 4,1 Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.).
DONS DE PODER
Dom da Fé (I Cor 12,9)
Não se trata da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (Mc 11,22-24) e que frequentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres.
Dons de Curas (I Cor 12,9)
Esses dons são concedidos à igreja para a restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais
Ex.: At 3,6-8 A cura de um coxo na porta do templo.
O plural ("dons") indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus. Os dons de curas não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (cf. I Cor 12,11,30 "Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer"; "Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?", todavia, todos eles podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados Pode também haver cura em obediência ao ensino bíblico de Tg 5,14-16 (Tg 5,15).
c) Dom de Operação de Milagres (I Cor 12,10)
Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos em que se manifesta o reino de Deus contra Satanás e os espíritos malignos
Ex.: Mt 8.26,27 E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pequena fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança. E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?
DONS DE INSPIRAÇÃO
a) Dom de Profecia (I Cor 2,10)
É preciso distinguir a profecia aqui mencionada, como manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom ministerial na igreja, mencionado em Ef 4,11. Como dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns, os quais servem na igreja como ministros profetas.
Como manifestação do Espírito, a profecia está potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At 2,16-18). Quanto à profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte: Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (I Cor 14,24,25, 29-31)
Tanto no AT, como no N.T., profetizar não é primariamente predizer o futuro, mas proclamar a vontade de Deus e exortar e levar o seu povo à retidão, à fidelidade e à paciência. A mensagem profética pode desmascarar a condição do coração de uma pessoa (I Cor 14,25) tornam-se lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós, ou prover edificação, exortação, consolo, advertência e julgamento (I Cor 14,3 Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando
A igreja não deve ter como infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos profetas estarão na igreja (I Jo 4,1). Daí, toda profecia deve ser julgada, com discernimento, quanto à sua autenticidade e conteúdo (I Ts 5,20,21
Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom). Ela deverá enquadrar-se na Palavra de Deus (I Jo 4,1), contribuir para a santidade de vida dos ouvintes e ser transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente a Cristo (I Cor 12.3).
O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a do homem. Não há no N.T. um só texto mostrando que a igreja de então buscava revelação ou orientação através dos profetas. A mensagem profética ocorria na igreja somente quando Deus tomava o profeta para isso.
b) Dom de Variedades de Línguas (I Cor 12,10)
No tocante às "línguas" (glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos:
Essas línguas podem ser humanas como as que os discípulos falaram no dia de Pentecostes (At 2,4-6), ou uma língua desconhecida na terra, entendida somente por Deus (I Cor 14,2 Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios).
A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala como pelos ouvintes (I Cor 14,14,16 Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. E, se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá o indouto o amém depois da tua ação de graças? Visto que não entende o que dizes;)
O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao cristão a comunicação direta com Deus (na oração, no louvor, no bendizer, na ação de graças e na oração),
Línguas estranhas faladas num grupo ou reuniões de oração, devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (I Cor 14, 27,28. “No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.” Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o grupo ou reunião. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em "êxtase" ou "fora de controle".
c) Dom de Interpretação de Línguas (I Cor 12,10)
Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas.
Tal mensagem interpretada para, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma profecia. Todo grupo pode assim desfrutar dessa revelação vinda do Espírito Santo.
A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a mensagem.
A interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em línguas deve orar para que possa interpretá-las (I Cor 14,13 Pelo que, o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar.
O FRUTO DO ESPÍRITO
Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama "o fruto do Espírito". Esta maneira de viver se realiza no cristão à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus ( Rm 8,5-14; 8,14; II Cor 6,6; Ef 4,2,3; 5,9; Col 3,12-15; II Pe 1,4-9). O fruto do Espírito inclui:
ÁGAPE – AMOR – AGAPE - Ágape (em grego "αγάπη", transliterado para o latim "agape") é uma das diversas palavras gregas para o amor. Caridade" (ágape), o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (I Cor 13,4-8
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; profecias, desaparecerão; línguas cessarão; ciência passará) mas não o amor. O Amor é o solo onde são cultivadas todas as demais virtudes espirituais. O amor é a prova da espiritualidade e tem início na regeneração (I Jo 4,7-8). Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.
O amor consiste em querer para os outros aquilo que queremos par nos mesmos. É a dedicação ao próximo. Mateus 7,12 Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhe também vós, porque esta é a lei e os profetas.
CHARA – ALEGRIA - CHARA - De origem Grega que significa "Alegre".
Trata-se da felicidade do Espírito, qualidade de vida que é graciosa e bondosa caracterizada pela boa vontade, generosa nas dádivas aos outros, por causa de uma correta relação com Deus.
Deus não aprecia a dúvida e o desânimo. Também abomina a doutrina ousada, o pensamento melancólico e tristonho. Deus gosta de corações animados. (II Cor 6,10"entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo.”
A alegria cristã, entretanto não é uma emoção artificial. Antes é uma ação do Espírito de Deus.
No espírito humano é a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que creem em Jesus Cristo I Pe 1,8 Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória,
EIRENE PAZ –- EIRENE é um termo usado na Bíblia. Vem do grego e significa paz, harmonia, reconciliação, bem-estar
A queda do homem no pecado destruí a paz, a paz com Deus, com os outros, com o próprio ser e com a própria consciência.
Foi através da instrumentalidade da cruz que Deus estabeleceu a paz.
Portanto, a paz envolve muito mais do que uma tranquilidade intima, que prevalece a respeito das tempestades externas.
Antes, trata-se de uma qualidade espiritual de origem cósmica e pessoal produzida pela reconciliação e pelo perdão dos pecados.
A paz é o contrário do ódio, da contenda, da inveja dos excessos de tudo o que são obras da carne. Paz é a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Fp 4,7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
MAKROTHUMIA – LONGANIMIDADE - MAKROTHUMIA A raiz de “thumos” é “thuo”, que significa “respirar intensamente”, e por implicação, “sacrificar”. Dessa maneira, vemos que a palavra grega para “longanimidade” (makrothumia) se refere à pessoa que possui a virtude de ser “tardio em irar-se”, em demorar muito a chegar a irritar-se.
Quando é uma qualidade atribuída a Deus, significa que ele tolera pacientemente todas as iniquidades do homem, não deixando arrebatar por explosões de ira.
A longanimidade é a paciência que nos permite subjugar a ira e o sendo de contenda, tolerando as injúrias. Longanimidade é a perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4,1,2 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor).
CHRESTOTES – BENIGNIDADE – CHRESTOTES Como uma faceta do fruto do Espírito, “chrestotes” indica amabilidade, afetuosidade, gentileza, delicadeza, suavidade, cortesia, brandura, carinho, meiguice, ternura e doçura no trato com as pessoas Esse termo grego significa também excelência de caráter, honestidade. O crIstão que a possui esse é gracioso e gentil para com seu semelhante não se mostrando ser inflexível e exigente.
Ser Benigno é não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4,32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou).
AGATHOSUNE – BONDADE – AGATHOSUNE - Palavra do grego para Bondade é Agathosune. Significa “ benevolente” e “ o bom em ação”. Agathosune é mais do que chrostotes que é ternura, gentileza….. É o próprio caráter energizado, sendo expressado pela ação. Existe mais atividade em Agathosune do que em Chrostotes. A pessoa mostra sua Agathosune, seu zelo pela bondade e verdade, mesmo repreendendo, corrigindo ou castigando. Podemos ver obvias diferenças nessas 2 palavras, mas as Escrituras provam que elas compartilham uma forte relação. Uma pessoa bondosa quando se dispõe a ajudar aqueles que tem necessidade.
Podemos observar a vida terrena inteira de Jesus de Nazaré, vivida em meio a atos de bondade para com os outros.
Ora, para que o crente se mostre supremamente bondoso, precisa contar com auxílio do Espírito Santo. Bondade é a expressão máxima do amor cristão.
No grego, Agathosune refere-se ao homem bom, cuja generosidade brota do coração. Ela é a verdadeira prática do bem.
É o amor em ação (Gl 6,10 Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé).
PISTIS – FÉ - PISTIS - Palavra grega para "fé". Os escritores do Novo Testamento usaram a palavra pistis. Significa tanto confiança como fidelidade. A fé de parceria com o arrependimento, forma a conversão. A entrega da alma, as mãos de Cristo alicerçado sobre o conhecimento espiritual.
A fé vitalizada pelo amor, pois do contrário, não será a verdadeira fé sob hipótese alguma.
Fé é lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade
PRAUTES – MANSIDÃO – PRAUTES- O termo grego empregado em Gl 5.23 é “prautes” que significa no português: manso, modesto, plácido, gentil, simples, calmo, brando. Resumidamente, ser manso é ter um espírito simples e gentil no trato para com o próximo.
Para Aristóteles, essa característica era um vício de deficiência, e não uma virtude.
Aristóteles encarava tal realidade, como uma auto depreciação.
Na verdade mansidão trata-se de uma submissão do homem para com Deus e, em seguida para com o homem. A mansidão é o resultado da verdadeira humildade por causa do reconhecimento alheio, com a recusa de nos considerarmos superiores.
Mansidão é moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com equidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (Jesus em Mt. 11,23 repreende duramente Carfanaum "Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje "e no v. 29 diz que devemos ser mansos como ele Mt 11,29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.
ENKRATEZA” EGKRATEIA - TEMPERANÇA - DOMÍNIO PRÓPRIO – ENKRATEZA -A palavra grega referente ao Autocontrole é “significa FORÇA os dois termos refere-se a um poder dominador que procede de dentro – Um controle interior. A natureza deste controle será determinada pelo ou que ou por quem estiver no trono de nossas vidas
Temperança é o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (I Cor 7, 9; Tt 1,8; 2,5).
Na passagem de I Cor 7,9 essa palavra é usada em relação ao controle do impulso sexual (Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.
. Mas em I Cor 9,25 refere-se a toda forma de autodisciplina (Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível). Parece que Paulo se utiliza dessa palavra, neste contesto, dando a entender aquele autocontrole que obtém sobre os vícios alistados em Gl 5,19-21.
Os filósofos estoicos percebiam claramente a verdade expressa por essa virtude de domínio próprio. Eles procuravam fazer com que a razão dominasse a vida inteira, controlando as paixões e firmando a lama.
O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O cristão pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente.
Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos.
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