Segundo a tradição, Pedro e Paulo foram as colunas da Igreja de Roma.
PEDRO E PAULO
Muitos opõem Pedro a Paulo e insinuam inclusive que a autoridade deste último na Igreja primitiva era superior à do primeiro. Nada mais falso.
Os Evangelhos mostram claramente a importância de Pedro como chefe do colégio apostólico e intermediário de Jesus. "Tu és Kefa e sobre esta Kefa edificarei a minha Igreja". Estas palavras já são suficientes para estabelecer a importância e a autoridade superior de Pedro.
Junte-se a isto o testemunho dos Atos dos Apóstolos e o próprio testemunho de Paulo, que fez questão de se encontrar com Pedro para ter confirmada a sua missão.
Durante a perseguição de Agripa I, Pedro fica preso, mas graças às orações da Igreja é milagrosamente libertado. Daí em diante não temos mais informações exatas sobre o seu paradeiro.
Segundo a tradição, Pedro e Paulo foram as colunas da Igreja de Roma. Na Cidade Eterna, durante a perseguição de Nero, por volta do ano 64, as vidas dos dois apóstolos foram ceifadas no martírio (Pedro morreu talvez no ano 64 e Paulo em 63. Mas há estudiosos que propõem outras datas).
Crê-se que Paulo foi decapitado e Pedro crucificado de cabeça para baixo.
Quando Paulo estava já perto da morte, escreveu estas palavras:
"Quanto a mim, já fui oferecido em libação, e chegou o tempo de minha partida. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor, justo juiz, naquele Dia; e não somente a mim, mas a todos os que tiverem esperado com amor a sua Aparição" (2Tm 4,6-8).
JOÃO
Entre os anos 92 e 96, João, o discípulo que Jesus amava, encontrava-se na ilha de Patmos, deportado por ordem do imperador Domiciano. De seu exílio testemunhava a crueldade das perseguições contra a Igreja.
Inspirado por Deus, sentindo a necessidade de reagir contra o desespero e a angústia que ameaçavam os cristãos, escreveu um livro que é o grito de esperança e confiança em Deus de todo seguidor de Jesus: o Apocalipse.
Quando o primeiro século chega ao seu final, o apóstolo é um ancião venerável, cheio de glória e santidade, reverenciado por toda a Igreja. O seu corpo conservava as marcas do suplício do óleo fervente, do qual tinha sobrevivido milagrosamente.
Entre 96 e 104 conclui o quarto Evangelho. Entre suas maiores preocupações estavam as heresias e os erros que ameaçavam a integridade da fé. Seu estilo teológico é bem particular, marcado por influências do pensamento grego (o Verbo, ou Logos, por exemplo).
Com a morte do discípulo que Jesus amava, aquele que recebeu Maria em sua casa como mãe, que viu o sangue e a água saindo do lado do Salvador e que conheceu e tocou com as mãos o Verbo da Vida, encerram-se os tempos apostólicos.
OS OUTROS APÓSTOLOS
Existe também uma tradição, consignada por Eusébio de Cesaréia, que diz que os apóstolos foram dispersos pelos quatro cantos da terra. Tomé teria ido para o país dos partos, Mateus para a Etiópia, André para a Cítia e João, para a Ásia, morrendo em Éfeso. O evangelista Marcos teria fundado igrejas no Egito.
Tiago, irmão de João, foi decapitado por ordem de Agripa I, em 44. Em 62, o sumo sacerdote Anã manda apedrejar Tiago, irmão do Senhor e bispo de Jerusalém. Ele é sucedido por Simeão, filho de Cleófas e de Maria, irmã da mãe de Jesus.
O NOVO TESTAMENTO
Ao longo do século I vão se formando as Escrituras cristãs. A língua em que foram escritos os livros do Novo Testamento é o grego (o grego no Império Romano era como o inglês em nossos dias - a língua universal).
Colecionam-se as epístolas de Paulo como livros inspirados. As várias tradições orais sobre a vida de Jesus e seus ensinamentos se cristalizam nos evangelhos. Em torno do ano 50 temos o Evangelho de Mateus escrito em aramaico.
O Evangelho de Marcos é redigido por volta de 64, em Roma. O Evangelho de Lucas, o Evangelho de Mateus em grego e os Atos dos Apóstolos aparecem a partir do ano 70.
Outros apóstolos e figuras ilustres também redigiram epístolas. Pedro (1Pd c. 64, 2Pd entre 70 e 80), João (1Jo, mais ou menos em 95, 2Jo e 3Jo foram escritas um pouco antes), Tiago (Tg em torno de 62) e Judas (Jd entre 70 e 80). A epístola aos Hebreus é datada por volta do ano 67.
Ainda assim, a fixação do cânone do Novo Testamento levaria um bom tempo. Juntamente com os livros inspirados circulavam inúmeros evangelhos, epístolas, atos de apóstolos e apocalipses apócrifos.
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