Existe mesmo duas genealogias de Cristo registradas nas sagradas escrituras e esses registros têm um objetivo muito importante. Vejamos o significado de cada uma delas.
A genealogia de Jesus Cristo em Mateus
Quando analisamos a genealogia de Jesus Cristo descrita pelo evangelista Mateus no capítulo um, versos de 1 a 17, observamos claramente o foco na menção dos reis de Israel (Davi e Salomão) e dos reis do reino do Sul (Judá), também conhecidos como “casa de Davi”. Isso indica que o autor quis mostrar que por parte de José, marido de Maria, Jesus tinha descendência real, ou seja, Jesus correspondia as promessas proféticas de um Messias vindo da casa de Davi. Isso significa que através de José, pai “adotivo” de Jesus, essa descendência estava provada.
Mas, claro, isso levantaria muitas objeções, pois, como sabemos, José não era pai de sangue de Jesus, mas o acolheu segundo as ordens de Deus, como filho. No entanto, os mais exigentes poderiam argumentar que um pai adotivo não conferia a Jesus o que era necessário para que fosse realmente alguém que viesse de fato da descendência de Davi. Mas Deus deu uma resposta clara sobre isso!
A genealogia de Jesus Cristo em Lucas
Alguns afirmam que essa genealogia de Jesus Cristo registrada em Lucas 3,23-38 seria a genealogia de Maria, ou seja, uma genealogia de sangue. Se observarmos o verso 32 dessa genealogia, veremos que Davi aparece nela também, o que nos leva claramente a verificar a realidade da descendência real de Jesus Cristo também nessa genealogia: “Davi, filho de Jessé, Jessé, filho de Obede, Obede, filho de Boaz, este, filho de Salá, filho de Naassom…” (Lucas 3,32). Os nomes diferentes que aparecem na comparação das genealogias são um forte indício de que o argumento de que uma delas é de José e outra de Maria é bem possível. ( Mas existem também aqueles que afirmam que o verso 23 nos mostra que essa genealogia registrada por Lucas também seria de José: “Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Eli…” (Lucas 3,23). Se isso for realmente a realidade, então, não teríamos uma genealogia de Maria, mas duas genealogias de José com focos diferentes, uma mostrando a sucessão ao trono e outra mostrando a parte biológica.
De qualquer forma, temos claramente que a igreja primitiva identificava Jesus Cristo como sendo o Messias prometido que cumpriu todos os requisitos que o Antigo Testamento profetizou a respeito Dele.
Veja, por exemplo, a menção de Paulo, que era um grande estudioso da Lei de Deus: “Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho” (2 Timóteo 2,8).
Por isso, ainda que essas genealogias de Mateus e Lucas possam causar alguma dúvida quanto a sua composição, se são as duas de José ou se uma é de José e outra de Maria, esse tipo de dúvida não existia na igreja primitiva, que a considerava suficiente para provar que Jesus era descendente de Davi.
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