I Coríntios, como conhecida, a primeira epístola de São Paulo a Igreja de Corinto, muito embora possa ter sido a segunda carta do apóstolo aos cristãos daquela cidade. É nesta carta que é encontrada a famosa passagem sobre a importância do amor genuíno, no capítulo 13; e também sobre dons espirituais, no capítulo 12.
Por isso, I Coríntios é considerada uma das epístolas mais poéticas do “Apóstolo dos Gentios” como Paulo de Tarso chegou a ser chamado. O autor da epístola, como se pode identificar desde o seu começo, já no primeiro versículo, teria sido o Apóstolo Paulo.
Apesar da referência a alguém chamado Sóstenes, supõe-se que este possa ter sido algum auxiliar que tenha redigido a carta enquanto Paulo ditava, valendo destacar que o fato de haver uma narrativa na primeira pessoa demonstra ter sido um único autor. A data provável que a epístola foi escrita teria sido por volta do ano 55 da era comum, quando Paulo encontrava-se na cidade de Éfeso, em sua terceira viagem missionária (Atos 19, 1; Atos 20, 1).
É possível que I Coríntios tenha sido a segunda carta que Paulo teria escrito aos cristãos em Corinto. Sabe-se que o Apóstolo escreveu um total de quatro epístolas, das quais duas encontram-se perdidas na atualidade. Através de uma interpretação que se faz do verso 9 do capítulo 5 da epístola e de II Coríntios 2, 3-4, supõe-se que esta teria sido a segunda carta. E por sua vez, a segunda epistola do Novo Testamento, poderia ter sido a quarta.
I Coríntios é uma carta de aconselhamento!
Na ocasião em que Paulo encontrava-se em Éfeso, ele ouviu falar dos problemas da congregação cristã na cidade de Corinto e, por isso, passa várias instruções sobre diversos assuntos. Depois de tratar dos problemas da igreja que enfrentava dissensões e uma situação de desordem, Paulo passa a responder sobre as dúvidas dos cristãos daquela igreja. Dentro do contexto de como deve ser feita a adoração pública nos cultos das congregações cristãs, Paulo passa algumas instruções sobre o uso dos dons espirituais, conhecidos no catolicismo como os carismas do Espírito Santo.
Paulo explica que os dons são dados por um único Deus para o cumprimento de Sua Obra na terra, buscando situar a Igreja como um só corpo. E assim como no corpo humano, cada parte tem uma função especifica, o mesmo deve ser aplicado quanto as manifestações dos dons espirituais na Igreja (I Coríntios 12, 12).
Após uma pausa em que fala sobre a suprema excelência do amor, durante o capítulo 13, Paulo detém-se no uso dos dons de línguas e de profecia. Neste sentido ele orienta que os cristãos devem procurar com zelo os dons espirituais, principalmente o de profetizar.
Embora muitos relacionem a profecia com uma previsão de acontecimentos futuros, o seu propósito no Novo Testamento bíblico, de acordo com a epistola, seria o de comunicar a mensagem de Deus as pessoas, dando esclarecimentos, advertências, correção e encorajamento:
“Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (I Coríntios 14, 3).
A respeito do dom de falar em línguas, Paulo orienta as igrejas para que procurem manter uma disciplina durante o culto, ressaltando qual a finalidade dessa manifestação espiritual que seria a edificação pessoal do cristão em sua oração individual a Deus.
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