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Foto do escritorHenrique Santos Filho

ROSÁRIO - UMA MISSÃO DE FÉ

O Rosário é uma oração cuja origem se perde nos tempos. A tradição diz que foi revelado a S. Domingo Gusmão (1170-1221), numa aparição de Nossa Senhora quando ele se preparava para enfrentar a heresia albigense.

Foto: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/10/24/15/17/the-rosary-1766388_960_720.jpg

Parece não haver muitas duvidas de que o Rosário nasceu para resolver um problema importante dos novos frades mendicantes.

De fato, os franciscanos estavam a introduzir um novo tipo de ordem religiosa no século XII, em alternativa aos antigos monges, sobretudo Beneditinos e Agostinhos. Estes, nos seus mosteiros, rezavam todos os dias 150 salmos do Saltério.

Mas os mendicantes não podiam fazer, não só por causa da sua pobreza e estilo de vida, mas também porque em grande parte eram analfabetos. Assim nasceu nos dominicanos, o Rosário, o “saltério de Nossa Senhora”, a “Bíblia dos pobres”, com 150 Ave-Marias.

Um pouco mais tarde em 1422, pelas mesmas razões, os franciscanos criaram a Coroa Seráfica, uma oração muito parecida, mas com estrutura ligeiramente diferente (tem sete mistérios, em honra das sete alegrias da Virgem Maria, os Mistérios Gozosos, trocando a Apresentação no Templo pela Adoração dos Magos e os dois últimos Gloriosos, acrescentando mais duas Ave Maria em honra dos 72 anos da vida de Nossa Senhora na terra).

Mas é preciso dizer que nessa altura, não havia ainda a Ave-Maria. Já desde o século IV se usava a saudação do arcanjo São Gabriel (Lc. 1, 28) como forma de oração, mas só no século VII ela aparece na liturgia da festa da Anunciação como antífona do ofertório.

No século XII, precisamente com o Rosário, juntam-se duas saudações a Maria, a de São Gabriel e a de Santa Isabel (Lc. 1, 42), tornando-se uma forma habitual de rezar. Em 1262 o Papa Urbano IV (1261-1264) acrescenta-lhes a palavra Jesus no fim, criando assim a primeira parte da Ave Maria.

Só no século XV se acrescentam a segunda parte da súplica, tirada de uma antífona medieval. Esta fórmula, que é a atual, torna-se oficialmente como o Papa Pio V (1566-1572). Grande reformador no espírito do Concílio de Trento (1545-1563), S. Pio V é o responsável pela publicação do Catecismo, Missal e Breviário Romanos surgidos do Concílio que renovam toda a vida e igreja.

Foi precisamente no Breviário Romano, que em 1568, aparece pela primeira vez na oração da Igreja a Ave-Maria.

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