Quero falar sobre Pedro. Um apóstolo que errou muito, mas amava a Deus.
Todas as vezes que ele errou, tenho certeza que foi tentando acertar.
Sou fã desse apóstolo que mesmo com todos esses defeitos, sua primeira pregação tocou a vida de cerca de 3000 pessoas.
Quero analisar suas atitudes impensadas, suas palavras mal calculadas, seu atrevimento. “ Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou a um alto monte, onde ficaram a sós. Ali ele foi transfigurado diante deles. Suas roupas se tornaram brancas, de um branco resplandecente, como nenhum lavandeiro do mundo seria capaz de branqueá-las. E apareceram diante deles Elias e Moisés, os quais conversavam com Jesus. Então Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias. Ele não sabia o que dizer, pois estavam apavorados.” Marcos 9,2-6.
Esse trecho Bíblico é até engraçado. Imagina você em uma reunião com coordenadores de alto escalão (se é que isso existe). O assunto é importante, a conversa é séria. Todos estão envolvidos e prestando atenção naquilo que está sendo dito.
De repente, se levanta um indivíduo, no meio do nada, interrompe a conversa e diz: “Como é bom estarmos aqui.
Alguém deseja um café?”. Imaginou? Foi mais ou menos essa atitude de Pedro.
Na sua vontade de agradar e de se fazer presente, sempre fala na hora errada.
Jesus? Ignorou a tão singela frase de Pedro. Imagino o que o Mestre deve ter pensado.
“Três tendas? Onde é que Pedro está com a cabeça?”
Em vez de ficar quieto e observar como os outros dois discípulos faziam, sua impulsividade falou mais alto. Além do medo que estava sentindo, claro. Pedro NÃO SABIA O QUE DIZER, porém disse o que lhe veio à mente.
Era melhor ter ficado calado? Não sei. Se tivesse ficado não seria o amado discípulo o qual Jesus disse que transformaria em pescador de homens.
Pedro andou sobre as águas.
Muitos o condenam porque ele foi um homem de pequena fé. Mas mesmo com a sua fé tão pequena, ele foi o único capaz de andar sobre o mar.
A ousadia de Pedro me atrai. Nenhum dos discípulos foi capaz de desafiar Jesus.
Pedro foi. Desafiou e andou. Mas como todo “bom” impulsivo, ele percebeu o que tinha feito e pediu ajuda.
Foi impulsivo para andar e impulsivo para reparar “na força do vento”. Pedro olhou para as circunstâncias, como muitas vezes fazemos. Damos um passo de fé, mas quando a tempestade fica mais forte do que achamos que podemos suportar, gritamos: “Salve-me Jesus”.
Os discípulos também repararam na força do vento e tremeram de medo, mas Pedro SAIU do barco, saiu do lugar seguro, porque por mais seguro que estivesse aquele barco, a maior segurança era ao lado do mestre.
Ainda que debaixo de uma tempestade.
O mesmo Pedro que teve a sensibilidade para confessar “tu és o Cristo, Filho do Deus vivo”, foi o mesmo que minutos depois foi repreendido por Jesus como pedra de tropeço e um desconhecedor das coisas de Deus. Que contradição! Olhando para as escrituras, esse discípulo tão querido foi o mais repreendido, talvez o que mais tenha errado, mas o seu coração estava em Deus e tudo o que ele fazia era espontâneo, sincero, verdadeiro.
O mesmo Pedro que negou a Jesus a três vezes, mesmo depois de ter andando com Ele tanto tempo, que xingou, que se acovardou, foi o mesmo que chorou amargamente, que se arrependeu, que amou, que viveu. Diante dessas coisas, o versículo mais importante é esse: “Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens.” Mateus 4,18.
Jesus viu a Pedro. Pedro não encontrou Jesus, ele foi encontrado pelo Mestre.
O Senhor sabia de todas as limitações daquele pescador, conhecia seu temperamento e sua impulsividade. Ainda sim, o chamou e prometeu fazer dele um pescador de homens.
Jesus não olhou e não pensou nos problemas que seu discípulo criaria à medida que andasse com Ele.
O Rei dos Reis não se importou ao convocá-lo, pois sabia que mais tarde os seus grandes defeitos se tornariam grandes virtudes.
Fico imaginando o olhar de Jesus para seus filhos quando julgam seus irmãos por pequenos erros, ou até mesmos grandes, mas que diante do amor de Jesus demonstrado a seus discípulos se tornam insignificantes.
Erros repetidos?
Pedro cometeu vários. E ainda sim, o Filho de Deus o amou!
Você consegue ter essa experiência de amor, esperando e orando pela melhora e crescimento do outro, ou fica nos erros e “defeitos”, se afastando ou abandonando?
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