Não nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? Lc. 24, 32
Essa expressão está inserida num contexto, que podemos identificar a técnica de Jesus, que produziram um maravilhoso efeito transformador nos discípulos: o abrasamento de seus corações enquanto caminhavam com Ele, ao lado dEle, ouvindo atentos e maravilhados a explicação das Escrituras.
O abrasamento deve acontecer em todos corações, em cada um de nós. Deve estar presente em todas ações de nossa espiritualidade, missão e serviço.
Abrasando corações, vamos arrebanhar novos irmãos, novas irmãs. Abrasando corações vamos fidelizar todas as pessoas que nos procuram, as quais servimos de várias formas. Abrasando corações vamos incentivar as pessoas a participarem efetivamente da Comunidade, com alegria, fervor e disponibilidade em servir, repartindo com os irmãos o que tem, como em ATOS 4, 32-34ª.
Abrasar corações é isto, transformar corações frios, lentos, desanimados, frustrados, descrentes e sem esperança, em corações vivos, cheios de fé, esperança e amor. E perguntamos: Como transformar corações frios, desanimados e sem esperança, como estavam os corações dos discípulos de Emaús, em corações abrasados?
Como Jesus pela Sua Abordagem = Precisa = Oportuna = Correta.
Veja o texto - Lucas 24, 13-15:
A ESTRATÉGIA UTILIZADA POR JESUS: Aproximar-se dos discípulos, introduzindo-se de maneira sutil em seu meio, acompanhando assim o ritmo deles, ou seja, caminhando na mesma velocidade que caminhavam numa demonstração de ATENÇÃO e RESPEITO a eles. Jesus não os intercepta, obrigando-os a parar no caminho. Isso iria interferir no tempo da viagem que havia programado. Jesus não anda atrás deles, num ritmo de caminhada mais lenta que os obrigaria a diminuir a marcha da viagem. Jesus não os ultrapassa o que os forçaria a acelerar o passo se quisessem acompanha-Lo.
Em qualquer dessas hipóteses Jesus os teria desestimulado de O acompanharem, ou por tê-los interrompido a caminhada ou por serem obrigados a caminharem com lentidão, isso poderia aborrece-los, ou ainda os forçar a acelerar o passo que os cansaria.
A atitude de Jesus foi TEMPO – (timing no marketing – cálculo de tempo) algo mais adequado para fazer algo de maneira eficaz, e atinja os objetivos e produza efeito desejado.
Precisamos com urgência considerar o TEMPO de nossas ações evangelizadoras, por encontramos pessoas diferentes umas das outras. Não basta criarmos ações, sem que não determinemos tempo específicos e diferentes a partir das abordagens pretendidas. A forma que Jesus insere no diálogo Lucas 24,17. Antes de iniciar o discurso, Jesus procura se inteirar totalmente do assunto que eles conversavam, perguntando “Que estais falando pelo caminho e porque estais tristes?” Lucas 24-17. Percebemos aqui que antes de iniciar qualquer discurso, jesus quer tomar conhecimento do assunto do assunto que eles falavam, numa demonstração atento como observador e pergunta-lhes “porque estais tristes?”, observando a tristeza estampada em seus rostos. Jesus deixa claro que está interessado na pessoa deles e não nas ocorrências.
Para nós, é confortante ao nos sentirmos tristes e alguém por perto demonstrar interesse e disponibilidade em nos ajudar e se interessar pelos nossos sentimentos ou problemas. Isso significa se aproximar demonstrando interesse em ajudar nas necessidades; Entre nós devemos utilizar primeiro essa técnica de aproximação, buscando captar a atenção e interesse da pessoa, antes de lhe sugerir serviços.
Quanto mais nos aproximarmos mais temos chance de atrairmos a atenção e interesse do outro para aquilo que queremos oferecer-lhes. Jesus faz uma aproximação perfeita, pois imediatamente um dos discípulos chamado Cleofas, interage com Ele retrucando: “És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém, que não sabe o que nela aconteceu?” Lc. 24,18. Essa reação dos discípulos é sinal que o contato foi estabelecido e aqui podemos perceber outra técnica de Jesus: a interatividade ao responder- -lhes: o que aconteceu? Jesus faz questão de afirmar, reforçar e aprofundar a interatividade; Quando se faz uma aproximação correta e se estabelece um contato interativo, a partir de uma visão negativa, descrente e totalmente pessimista, possibilita nos fazer um diagnóstico preciso e correto para abertura dos corações.
Só assim podemos aplicar o “remédio” na dose certa para combater o mal que toma conta dos corações. Mais uma vez aprendemos com o mestre Jesus, como se comunicar com nossos ouvintes, abrasando seus corações, a ponto de incentiva-los a tomar atitude depois de ouvi-Lo, pois Jesus dá aos discípulos respostas a partir da Palavra.
A lentidão para compreender as coisas e os sinais de Deus as vezes temos o coração duro, fechado ao novo. Precisamos aprender a detectar os problemas, anseios e expectativas do outro, para enfrentar os desafios que virão.
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