Um dos erros mais comuns do ser humano tem sido sempre supor que o Deus vivo se satisfaz com um ato qualquer, como dizer uma oração, jejum, ir à Igreja, dar uma esmola ou praticar uma cerimônia qualquer.
Os Judeus nos dias de Isaias eram zelosos na observância das cerimônias e formas da religião, e supunham que por isso tinham o direito à complacência e bênçãos Divinas. Daí, a censura do Senhor: "De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos e carneiros e da gordura de animais cevados; Eu não quero o sangue de touros e de bodes" (Is. 1,11).
Basta que olhemos à nossa volta e veremos os efeitos da hipocrisia religiosa de nossos dias.
Se andarmos pelas ruas da cidade e perguntarmos a qualquer pessoa que vive na prostituição, adultério, vícios a sua religião, irão dizer sem medo; no entanto, vivem uma terrível degradação moral e espiritual. Muitos morrem como alcoólatras e fumantes, acometidos de CA como consequência destes vícios, e alegavam ter aprendido isso dentro de suas próprias Igrejas. Grande parte de nosso povo continua sendo enganado com uma mensagem que é contraria aos ensinos de Jesus. "O deus deste século continua cegando o entendimento das pessoas para que não entendam o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo" (II Cor 4,4).
O profeta Isaias recebeu a incumbência de denunciar os pecados da nação de Israel. O Senhor lhe ordenou: "Levanta a tua voz. Clama em voz alta". Teve ele a responsabilidade de exortar o povo a sair do formalismo religioso. Até o templo Deus permitiu que fosse destruído para que aqueles sacrifícios hipócritas fossem extintos de sua presença.
O capitulo 1º de Isaias é a lamentação de um Deus que não suporta mais o formalismo religioso que aquele povo esta vivendo. Semelhante fora a mensagem dos demais profetas, todos levantaram a voz contra a falsa religiosidade. As vezes, traímos nosso Senhor com o tipo de pregação que fazemos.
Em nome da ética deixamos de anunciar tantas verdades bíblicas que são fundamentais para que haja uma revolução espiritual.
Todos os grandes pregadores da verdade revolucionaram o mundo de seu tempo, porque não tiveram medo de dizer aquilo que o povo precisava ouvir.
É claro que isso custou muito caro para a maioria deles: Jeremias foi colocado no calabouço, esteve preso e amarrado ao tronco, como era o costume da época; Daniel foi colocado na cova dos leões e seus amigos na fornalha sete vezes aquecida; João o Batista teve sua cabeça colocada numa bandeja; Estevão morreu apedrejado; Paulo foi apedrejado e esteve preso; João foi exilado na ilha de Patmos; etc. Tudo por causa das verdades que foram ditas e que o povo não queria ouvir.
Na verdade o povo não mudou; foram os pregadores que mudaram e a mensagem tem sido camuflada; são meias verdades. A prática da religião foi a razão de ser da pregação de Jesus. Basta que olhemos para o sermão do monte e ficamos deslumbrados da maneira como ensinou a pratica da religião.
Em cada encontro que teve com pessoas religiosas tiramos lições maravilhosas para nossas vidas. Com Nicodemos falou sobre a necessidade de novo nascimento, mudança de vida; com a mulher Samaritana falou sobre a verdadeira adoração, que deve ser em espírito e em verdade, independente do local, a forma é mais importante do que o local. Com o jovem rico falou sobre a necessidade de priorizar Deus na vida, pois em seu coração estava o amor e dedicação as riquezas, e Jesus o aconselhou a vender tudo e dar aos pobres e dar seu coração a Deus.
Com Paulo mostrou que o poder é Dele e não do homem, e que a sua religião era enganosa e opositora e o transformou em um grande pregador.
Sejamos praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-nos a nós mesmos.
Pois o que não é praticante é comparado ao homem insensato que construiu sua casa sobre a areia. Precisamos ouvir a voz de Jesus: "Resplandeça a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso pai que está nos céus" (Mt. 5,16). Sede Meus imitadores como eu sou de Cristo; Sede perfeitos, como o vosso Pai celestial é perfeito; Sedes praticantes da palavra e não meros ouvintes, enganando-vos com falsos discursos; Sede exemplos dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza; Sedes fiéis até a morte.
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