Hoje mais que nunca, desde os primórdios do cristianismo, percebemos um mundo sedento de justiça, amor, acolhimento e experiência de vida nova.
Após a prisão de Jesus Pedro teve medo, e por três vezes negou que o conhecia.
Quando o Mestre lhe apareceu depois da ressurreição e o encarregou de apascentar o “rebanho cristão” foi tomado de grande disposição. Essa coragem tomou sua forma definitiva quando do episódio de Pentecostes e da vinda do Espírito Santo.
Falou sobre Jesus para a multidão que acorrera a Jerusalém durante essa festividade e, ao que consta, cerca de três mil pessoas tornaram-se cristãs.
Inicialmente, Pedro pregou somente aos judeus; mas em Jope Deus lhe revelou num sonho que a Boa-Nova deveria ser levada também aos gentios.
Jerusalém, cidade cosmopolita, desde os tempos antigos abrigava em seu seio judeus nascidos em diversas partes do mundo. E ainda os peregrinos que visitavam a Cidade Santa por motivo da Festa das Semanas. (Lc 2,25; At 8, 2; 22, 12).
No andar de cima como lemos em Atos 2, algo aconteceu. Ao ouvir o estrondo, o povo acorre; mas o motivo de sua estupefação não é nem o fragor que já haviam passado, e sim os Apóstolos que, sendo todos galileus, proclamavam as grandezas de Deus nos idiomas próprios dos ouvintes.
Os discípulos, pois, possuídos do Espírito Santo, começaram a dar testemunho de Jesus, "um testemunho de fogo com a força do Espírito", isso deve ser interpretado no sentido de que o Espírito Santo conferiu aos Apóstolos o carisma, dom de falar línguas estranhas com o objetivo de poderem comunicar a mensagens aos ouvintes cuja língua nativa para muitos deles não era o aramaico.
E no nosso caso, é a ação salvífica de Deus que ressuscitou Jesus Cristo, seu Filho, ao qual glorificou e lhe comunicou a plenitude do Espírito. Agora Jesus, por sua vez, derrama esse mesmo Espírito sobre os discípulos.
Assim está escrito no At 2, 1-4; quando fala do batismo no Espírito: E ao chegar o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar: v.1.
Este versículo nos apresenta as circunstâncias de tempo e lugar da vinda do Espírito Santo de forma solene e visível. Era o dia de Pentecostes, literalmente, 'Cinquenta': O 50.º dia depois da Páscoa.
O nome Pentecostes dado à festa da sete Semanas nós o encontramos na Bíblia grega: Tb 2,1; 2 Mc 12, 32. Essa festa da Ceifa comemorava também a doação da Lei no Sinai e a declaração da Aliança, o dia da Assembleia: Dt 9, 10.
Com a realização da promessa de Jesus que pediria ao Pai a vinda do Paráclito (Pentecostes), a missão cristã inicia-se pelo mundo, tendo como ponto de partida Jerusalém.
No início, eles se detiveram mais no templo, como nos relata os Atos dos Apóstolos.
A base da nova vida que se estava desenvolvendo na comunidade cristã possuía os seguintes pilares: Cristo ressuscitado que aparece aos apóstolos; Jesus como cumprimento das profecias, das promessas feitas a Abraão, da lei dada a Moisés (At 2,17), a pregação dos Apóstolos que constituiu o princípio da unidade da Igreja, a sua unidade com o Senhor possibilitou à da comunidade, na qual era um só coração uma só alma (At 4,32).
A Igreja logo após o Concilio Vaticano II, quando o Papa João XXIII pede uma nova primavera para a Igreja, surge novos meios, renovação da Igreja e movimentos como a Renovação Carismática Católica, (aqui não se confunda com movimento), mas como o tempo do Espírito Santo sobre toda a humanidade.
Mais que nunca desde o grande dia de Pentecostes, estava se cumprindo o que nos diz Paulo em Romanos 12, 2 - “Transformai-vos pela renovação do vosso espírito”.
Portanto a renovação é pessoal, de todos. Desde a escolha de Matias, escolha pela oração ao Espírito Santo, não se vê em nenhum momento grandes esquemas ou planos, nem fechamento portas para a ação do Espirito, nem regras humanas como hoje vemos, divisão, separação dos que são ou não do movimento”, os que estão ou na renovação.
Quando estive pela Escola Paulo Apostolo formando grupos na Diocese de Brasília, tive a grata alegria de poder pregar em mini grupos, assim chamados, pequenos grupos com poucas pessoas que saiam de seus serviços, – na policia federal, no Ministério da Agricultura e outros, que no horário do almoço, com fervor, por meio hora se reuniam na Palavra de Deus, na oração em comum, na oração em línguas, e podíamos em poucos minutos ouvir e acolher o que o Senhor nos falava. Ali nascia os grupos no próprio ambiente de trabalho.
Aqui, sem desmerecer a boa vontade e desejo de mudanças, há situações que foram absorvidas por autoritarismo, orgulho e vontade própria, ocorrendo desprezo dos mais antigos e também de novos que chagavam com corações, abrasados.
Sem perceber foram se criando tantas normas, proibições, que muitos corações machucados se afastaram de grupos sem que tivesse nenhum valor.
Outros adoeceram, faleceram em suas casas abandonando a alegria do Espirito que foi relegado a segundo plano. Onde estão os iniciantes que deram tempo de suas vidas para que todos experimentassem uma vida nova no Espírito? Lembro de Pe. Eduardo, ASJ, Tatá MG, Reinaldo Sorocaba SP, Pacheco e Junior no Mato Grosso, Pe. Jonas CN, Francisco e Sonia de São Luiz MA e tantos outros pelo Brasil, quem lembra de Tia Laura de Lorena, Zé Pretinho e Irma Floriza de Piquete e tantos que se deixaram usar pelo Espírito? Não Sei. Com isso veio a arrogância, o orgulho, a prepotência e muitas almas se perderam.
O que fazer????
Se não deixarmos somente o Espirito Santo nos dirigir, se continuarmos a criar NOVIDADES, estamos fadados a destruir, enfraquecer o Sonho de Deus. Desde o início, passaram-se cinquenta anos. Quando se chega a essa idade as forças começam a diminuir. É a metade da vida — se é que vamos viver 100 anos – alguém disse isso...e mais que com esta idade as rugas tornam-se mais profundas, nos os cabelos ficam grisalhos e começamos também a esquecer-nos de algumas coisas... como humildade, formação de discípulos, salvação e mudança de vida a todos. Mesmo o tempo passando, o que deixamos de legado? As igrejas estão cheias? Jovens estão sendo chamados e valorizados (se não manipulados) a serem cheios do Espírito, e testemunharem onde trabalham, estudam, em seus grupos de amigos e família? Pensemos nisso. E não esqueçamos que “o Senhor nos enviou para dar frutos e frutos que permanecessem”.
Vamos ser cobrados pela Justiça de DEUS, pelo deixamos de fazer e pelo que fazemos fora de sua Palavra e Sua Vontade.
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