Há uma diferença entre vocação humana e a vocação Divina. A vocação humana é aquela em que a pessoa se sente feliz e realizada: ser médico, advogado, professor, lavrador, mecânico, etc. Trabalha por que gosta. Se a pessoa precisa trabalhar naquilo, mas não gosta, dizemos que ela não tem aquela vocação. Mas mesmo assim, esta vocação é diferente da vocação Divina, onde a pessoa, ao escolher ser padre, religioso, religiosa, ou missionária leiga escolhe aquilo porque gosta e se sente feliz.
Então, qual é a diferença?
A diferença é que na vocação humana, você faz aquilo e espera o salário, a recompensa merecedora por aquilo em que você se esforçou. Na vocação Divina, você faz puramente por amor.
Faz por um amor desinteressado, que sai de dentro do coração, da alma, e produz uma paz verdadeira, porque provêm do cumprimento da vontade de Deus. Podemos, então dizer que este é um amor doação.
"Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer." (Lc. 17, 10)
No Reino de Deus não se trabalha para alcançar prêmios na terra, mas no Céu. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia: "A nós o trabalho, a Jesus o sucesso!". Esse é o motivo pelo qual vocação Divina não é profissão, onde, se você não gosta, reclama, não
trabalha direito, ou até mesmo, se possível deixa o emprego.
Mas, na vocação Divina se uma pessoa já assumiu perante Deus aquele compromisso, ela deve ir até o fim, sem desanimar com o peso da Cruz, e sem querer ser elogiado pelo que fez. E isto não vale somente para a vida religiosa consagrada, mas também para o casamento.
É muito frequente ouvir-se em Curso de noivos, que não se deve pensar em casar para ser feliz, mas para fazer o outro feliz. Se você casou para ser feliz, você não compreendeu o sentido do casamento, você deve querer fazer a felicidade daquela pessoa que você ama, e assim você será feliz!
Já pensou se todos os casados tivessem este pensamento, como não seriam diferentes os casamentos?
Depois das curas e milagres, Jesus não esperava os aplausos, Ele cumpria a Vontade do Pai saindo despercebido antes de ser aclamado: "Aquele havia sido curado porém, não sabia quem era, porque Jesus havia se retirado da multidão que estava naquele lugar." (Jo. 5, 13) - "À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: "Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo. Jesus percebendo que queriam arrebatá-Lo e fazê-Lo rei, tornou a retirar-Se sozinho para o monte." (Jo. 6, 14-15) - "Espalhava-se mais e mais a Sua fama e corriam grandes multidões para o ouvir e ser curadas das suas enfermidades, mas Ele costumava retirar-Se a lugares solitários para orar." (Lc 5, 15-16).
A Vocação Divina é diferente da vocação humana, pois não se trata de uma profissão, mas de um estado de vida.
Deve ser uma doação, livre, consciente, madura, por amor a Deus e ao próximo. Se para toda decisão de nossa vida, devemos ser sensatos, quanto mais uma decisão que levará a um estado de vida definitivo.
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